Malgradada sorte de te amar
algo está prestes a explodir. uma bomba relógio em ritmo cronológico (cornológico), uma contagem regressiva. descobri ontem.
o médico me veio com o exame. descobri que tenho o coração mais fraco que pensava. a vida é curta. a minha é mais curta agora. o tempo passa depressa. sentia dores inexplicadas mas pensava que era só frescura mesmo, dores de um coração partido. nénão... agora é oficial.
mas mesmo que o tempo tenha se encurtado pra mim, não penso em dividi-lo com mais ninguém além de você. pode me chamar de louca. pode me chamar de besta. pode me chamar de antítese do apoteótico coração crucificado de jesus. pode me chamar de maligna. pode me culpar por todas as tuas dores e maldizer meus anjos demônios que me seguem e protegem. eu nunca te quis mal. e mesmo agora com o tempo encurtado não penso em vivê-lo com mais ninguém. se é meu castigo não sei. se é meu refúgio, talvez. mais fácil, mais cômodo me enclausurar do que sair pra fora e sofrer tudo de novo, me acostumar com as manias, com os cheiros, com os gostos. sei lá. você vai dizer que isso passa e que tenho que continuar vivendo. só quero que você se encontre... ha! que eu não me iluda pois você não vai me perdoar é nunca. que eu tenho mais é que morrer de coração quebrado espedaçado e pisoteado por você. sabe de uma coisa... faz o que quiseres, há de ser tudo da lei. o meu coração é teu, eu não pedi de volta. faz o que quiseres.