Caro eu de amor
Rio, 18 de março de 2011
Caro eu de amor;
Como não consigo ter alguns instantes de íntimo colóquio com você, mesmo sendo eu, ou sendo parte dos muitos meus “eus”, ouso escrever esta carta torcendo para que você, um dos meus inúmeros “eus”, possa reservar algum tempo para lê-la.
Gostaria muito de conseguir passar com você mais tempo, mas você se comporta de forma arredia, talvez por sua própria característica, ou em decorrência da acirrada competição com os demais “eus”, pelo direito a existir de forma clara, surgindo de uma existência meramente inconsciente, frente a todos os demais “eus”. É uma pena não somente pára mim, mas para o mundo que acaba perdendo em mim uma existência mais amorosa.
De todos meus “eus”, és tu aquele que mais admiro, mas mesmo assim és o mais difícil de ganhar vida em minha mente. O eu egoísta divide com os “eus” arrogante, falso, ausente, e ganancioso a maior parte de meu tempo mental, praticamente não sobrando assim tempo para você, meu eu amoroso. Sinto que talvez esteja errando muito em meu comportamento mental, pois mesmo vendo em você características que muito preso, no dia a dia convivo muito mais com os demais “eus” do que com você.
Talvez esta condição mental seja muito mais comum entre os seres humanos, do que o que tentamos aparentar. Isto deve ser verdade frente a irresponsável condição de falsos humanos que criamos, o que reflete diretamente na sociedade mesquinha e desumana que construímos.
Por favor, reserve mais tempo em minha floresta mental, e me permita conviver mais de perto com você. Diga-me o que posso fazer para dar-te maior preferência do que aos demais “eus”.
Haverá de chegar o dia em que você terá prioridade absoluta em minha mente e assim o reflexo em minha vida será total, e poderei então ser verdadeiramente humano, com aquela digna e social humanidade que deveria nos mover a todos.
Tenhas a certeza que no silencio de minha vontade mental, ecoa o desejo de fazer de ti o meu, se não possível único eu, pelo menos o mais importante eu de todos.
No aguardo, cordialmente me despeço com um até breve, e que esta brevidade seja imediata.
Arlindo Tavares
Rio, 18 de março de 2011
Caro eu de amor;
Como não consigo ter alguns instantes de íntimo colóquio com você, mesmo sendo eu, ou sendo parte dos muitos meus “eus”, ouso escrever esta carta torcendo para que você, um dos meus inúmeros “eus”, possa reservar algum tempo para lê-la.
Gostaria muito de conseguir passar com você mais tempo, mas você se comporta de forma arredia, talvez por sua própria característica, ou em decorrência da acirrada competição com os demais “eus”, pelo direito a existir de forma clara, surgindo de uma existência meramente inconsciente, frente a todos os demais “eus”. É uma pena não somente pára mim, mas para o mundo que acaba perdendo em mim uma existência mais amorosa.
De todos meus “eus”, és tu aquele que mais admiro, mas mesmo assim és o mais difícil de ganhar vida em minha mente. O eu egoísta divide com os “eus” arrogante, falso, ausente, e ganancioso a maior parte de meu tempo mental, praticamente não sobrando assim tempo para você, meu eu amoroso. Sinto que talvez esteja errando muito em meu comportamento mental, pois mesmo vendo em você características que muito preso, no dia a dia convivo muito mais com os demais “eus” do que com você.
Talvez esta condição mental seja muito mais comum entre os seres humanos, do que o que tentamos aparentar. Isto deve ser verdade frente a irresponsável condição de falsos humanos que criamos, o que reflete diretamente na sociedade mesquinha e desumana que construímos.
Por favor, reserve mais tempo em minha floresta mental, e me permita conviver mais de perto com você. Diga-me o que posso fazer para dar-te maior preferência do que aos demais “eus”.
Haverá de chegar o dia em que você terá prioridade absoluta em minha mente e assim o reflexo em minha vida será total, e poderei então ser verdadeiramente humano, com aquela digna e social humanidade que deveria nos mover a todos.
Tenhas a certeza que no silencio de minha vontade mental, ecoa o desejo de fazer de ti o meu, se não possível único eu, pelo menos o mais importante eu de todos.
No aguardo, cordialmente me despeço com um até breve, e que esta brevidade seja imediata.
Arlindo Tavares