Noites
Vivo intensos dias de inquietações . Reflexões consomem-me a alma.
Por vezes, a angústia assume formas ,emite sons surdos e dementes.
O silêncio agoniante das horas infinitas devoram e são devorados ,
medos e pavores ressurgem das sombras e das cinzas, calo-me.
Perco-me nessa busca desesperada de mim mesmo.
Desfigurados nas noites infinitas , pensamentos e sonhos degladiam-se ,
pouco ou quase nada faz sentido , conceitos são revistos e refeitos.
Atravessado por cristalinas águas meu corpo é lava, e elevado à devaneios insensatos, insanidades são despidas.
No silêncio da madrugada sem fim reencontro-me, reconheço-me nas cinzas dos sonhos que se perderam nas agonizantes horas de angustia.
Refaço-me, reconstruo-me não mais apartir de tolos e insanos sonhos;
Cristalizo-me , faço-me forte alem das dores e das perdas.
E no Olimpo transliterado reino, sou homem, sou deus.