CARTA A UMA MÃE

Você está sentida em relação a filhos e lhe digo que a mãe, em determinado momento da vida dos filhos, se esquece que tem que "pendurar a chuteira" e largar de ser aquela mãe de sempre.

É nesse preciso momento que deve falar a aquele filho:

- Olha, você agora está fazendo o que seu coração manda, está tomando suas próprias decisões, não quer mais conselhos. Demonstra com isso, que está sendo responsável pelos seus próprios atos. Então, seja completamente responsável. Posso até ajudar você sugerindo caminhos, mas é você quem vai escolher. E, se por acaso, você se der mal naquele que escolheu, não procure ninguém, procure sua mãe. Sempre estarei aqui para ajudá-lo a se levantar do tombo, se você quiser.

Não espere nada de um filho. Que pense em você, que lhe dê atenção vez ou outra ou sempre, que se preocupe com você, que procure saber se precisa de um carinho, uma atenção, se está só, triste, deprimida.

Nada espere: o que vier é lucro.

Cada um tem um jeito de ser. A educação que lhes deu foi a mesma para todos, mas cada um, conforme seu tipo, a recebeu de um jeito.

Assuma um segundo parto. Separe-se dele, colocando-se sempre como um refúgio, uma fortaleza, um bálsamo. Isso é ser mãe. Talvez esse segundo parto doa mais que o primeiro, mas ele é necessário.

No primeiro parto, você aguardava para vê-lo.

Neste segundo parto, você tem que vê-lo partir.

A gente se esquece que tem que criar o filho para a vida, não para nós mesmos. Deixe-o que viva sua própria vida.

E confie na educação que deu a ele. Na hora H ele se lembrará do que aprendeu com você e muitas vezes, muitas vezes mesmo, dirá para si mesmo:

-... Por que não fiz como mamãe me ensinou?!!!

Com certeza, pelo orgulho ou para não dizer que ainda não amadureceu devidamente, não dirá isso a você, mas sentirá.

Se quiser dar cabeçada, chame-o, esclareça, mostre-lhe as várias opções que tem, mas não o impeça de escolher. E se aquilo que escolher lhe fizer dar cabeçada, deixe que bata a cabeça! Só assim tomará mais cuidado com suas próprias decisões.

É difícil ser mãe.

É muito mais difícil deixar de ser!

Rachel dos Santos Dias
Enviado por Rachel dos Santos Dias em 12/02/2011
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