CONTINUO
Rascunho na tarde de domingo na noite perdida de ontem e na mensagem ausente de amanhã.
Sentei-me na varanda e a rua continua na mesma cor do cinzento dos meus olhos. As mesmas casas envelhecem ao som do meu corpo.
Continuo nos dias sem horas que caem no vale do meu colo na busca da palavra que aconchega os meus braços.
Continuo nas palavras que deixas como a chuva que caiu esta madrugada refrescando as mãos fazendo as cores mais intensas.
Continuo a descer e a subir a roupa da rua enquanto atravessas e ofereces o teu corpo noutra avenida.