Eu Vou Te Amar, Sempre Vou Te Amar
Estou com 23 anos de idade, não sou velho, não sou pessimista, não sou carrancudo, e nem pão duro, até mesmo porque nem tenho dinheiro. Com meus vinte e poucos anos não aprendi muita coisa boa, mas tenho certeza de que me valerá por toda a vida, tive um ótimo aprendizado, fiz meu alicerce a base de amor, e meus pais, meus grandiosos mestres de vida, o reforçaram.
Não sou um bom escritor, também não desejo ser o melhor, não desejo dinheiro, tampouco fama com meus escritos, apenas o que quero é escrever e acordar melhor a cada dia. Quero aproveitar a vida com plenitude, viver cada segundo como se fosse realmente o último, quero amar intensamente como se fosse o último amor e também como se fosse o primeiro.
Quero rir com meus amigos, quero contar mentiras que não machuque ninguém, quero respirar o oxigênio de uma vida que não me conta como será o final, quero expelir tudo de ruim de dentro dos corações humanos, desejo acordar melhor a cada manhã, noite ou tarde, seja lá a hora em que eu acordar.
Estou com 23 anos de idade e ainda não pulei de pára-quedas, ainda não fiz minha tatuagem, mas já fiz muita bobagem. Também, não me importa. Eu quero viver.
Daqui a 20 e poucos anos, vou olhar para trás e perceber que, na minha juventude, eu tinha tudo na mão e nunca dei importância nenhuma, quero enxergar minhas virtudes e rir dos meus defeitos, quero poder conseguir enxergar as inúmeras chances que perdi por ser jovem e doido demais para essas coisas de aceitar que a oportunidade realmente bate à nossa porta.
Com 60 anos vou deitar no chão gramado do meu quintal e observar o brilho das estrelas, já que eu nunca tive tempo pra essas coisas de notar o meu mundo, quero olhar com atenção, uma das minhas fontes de inspiração, a lua, e acreditar que existe esperança sempre, vou enxergar meu reflexo ao contrário no espelho e verei as rugas da minha velhice, e tentarei ensinar meus netos a como não executar meus erros, mas eles errarão somente para sentir o gostinho de fazer uma bobagem qualquer.
Com 80 anos vou novamente olhar-me no espelho e sorrir diante da imagem que denotará tanta experiência e sabedoria, verei meu sorriso banguela, e algumas lágrimas cairão por motivos que não valerão a pena relembrar. Meus pais estarão na companhia divina e meus amigos estarão tão longe, e tão velhos como eu, que nem sequer um telefonema qualquer se darão ao luxo e prazer de lembrar.
Prestes a morrer, novamente olharei dentro de minhas memórias a fim de pesquisar meus erros e pedir perdão. Mas pedirei perdão não pelas coisas erradas que fiz, irei perdoar-me por todas as coisas eu deixei de fazer porque me faltava tempo, um tempo que eu poderia ter feito se eu quisesse. Espero não ser traído pela memória dos meus anos e ainda ter lucidez ao meu redor. Olharei para os lados e verei uma vida de amor e insensatez, e meus olhos, já cansados de tanto enxergar amores mal amados, se fecharão eternamente só para se reabrirem em um mundo que desconheço.
Mas, sabe amor, o certo e que em qualquer idade da minha vida eu vou sempre te amar, a cada dia que o sol me deixa contemplá-lo, a cada noite que a lua me acolhe com carinho, a cada gota de orvalho da manhã, a cada batida do meu coração eu vou te amar, a cada vez que meus olhos piscarem eu vou te amar, a cada vez que meus dedos escreverem, serão escritos feitos com o maior amor do mundo, um amor que te dei e que você me retribuiu com reciprocidade e me fez sentir amado, desejado, você me faz sentir vivo a cada batida do meu coração.