Pedido de Desculpas
Gostaria de pedir desculpas. Desculpas sinceras, de um pensamento refletido em culpa.
Peço que me perdoe, pois me faltou a coragem necessária para ser humilde, a humildade necessária para ser sábio, a sabedoria necessária para ser paciente, a paciência necessária para ser amigo, a amizade necessária para ser compreensivo, a compreensão necessária para ser mais que humano.
Sou humano, passível de erros, de falhas, de fracassos. Mas, apesar disso, e de saber de tudo, sei também que sou alguém capaz de evoluir. Reconheço os meus erros, percebo as lições que nele estão, e aprendo muito com elas.
Invadi seu mundo sem direito. Usei de meu instrumento de trabalho, as palavras, um instrumento rude de tortura, por provocar-lhe o sofrimento desnecessário. Avaliei apenas o mérito da situação, e não a pessoa em ocasião envolvida.
Agi mal com você, porque não fui capaz de perceber que sua presença não é apenas “mais uma”, e sim uma pessoa. Fui cego o suficiente para não enxergar seu mundo, surdo demais para escutar a dor que causava, ocupado demais para dar-lhe a atenção que merecia, distraído demais para perceber que fazia tudo isso. Sei que fui hipócrita a ponto de parecer inclusive ser alguém que eu nem sei quem sou.
Se hoje te fiz sofrer, peço desculpas. Se te fiz chorar, se não fui capaz de entrar em seu mundo, de perceber sua dor, de olhar através do convencional para ver a pessoa que lá estava, com suas dores, duvidas e problemas, eu peço desculpas. Se hoje falo tudo através desta, peço desculpas.
Mas, acima de tudo, peço desculpas por ter feito algo terrível: por não ter percebido que, ao meu lado, não era uma pessoa qualquer, mas uma pessoa viva como eu, que tem toda uma vida por trás das poucas horas em que nos encontramos.
Desculpas. Sinceramente, desculpe-me...
Para Fabiane, Joana e Rafaela