Carta a beira mar...
Andei um pouco distante, um tanto esquecido do que me fez melhor. Sabe quando a gente precisa olhar pra trás e, assim, seguir em frente? É... Eu precisei disso pra poder te ver novamente. Eu nunca soube onde você me deixou! Em que lugar você me deixou cair. Alguns dias foram esquisitos, outros muito iguais e o restante pensando sobre você, mas não em você! Pensar em você me traria mais perguntas sem respostas, me levaria a calma e o sono! Foram várias noites desenhando meus sentimentos e colando sonhos no mural do passado. Eu ainda queria desenhar você no meu futuro. Era como se você tivesse ido e deixado a última página pra que eu criasse o final... Mas só se eu quisesse que tivesse um final! Eu ainda não sei se teve fim. Não sei o que desenhei pra nós dois. Eu nunca fui muito bom com finais. Sempre preferi as reticências. Elas me davam a certeza de que nada seria tão certo a ponto de que eu não pudesse fazer diferente!
Eu nunca fui bom com os parágrafos. Sempre que eu tentava pensar n’outra coisa você me surgia e eu acabava com a mesma ideia... Você! Você sempre foi minha melhor ideia. Melhor que a lâmpada, o avião ou a bomba atômica de Cazuza, esta me serviria sempre que eu lembrasse você e não pudesse te ter! A maior invenção da minha vida foi a realidade que criei pra nós dois. Mesmo sabendo que por muito tempo seria uma realidade só minha.
Ultimamente tenho observado folhas em branco. As respostas estão sempre no que ainda não foi criado. Durante todo esse tempo eu vivi de te recriar. Passava uma borracha no que achava que deveria mudar e rabiscava uma nova tentativa. Hoje eu sei que devo te criar novamente, mesmo que você não seja mais aquela que eu fiquei esperando olhando o mar.