Carta: Aquela que você não leu...
Escrevo numa noite meio fria, meio só, meio verdade e meio poeta. Você mais que ninguém sabe que sempre destrinchei minha alma em algumas folhas, com a simplicidade da saudade que só mastiga uma lembrança a dois! Tu também sabes que mesmo que eu não escrevesse saberias que o que hoje sinto já havia sido dito e derramado num quarto que, apesar da luz, ficou escuro quando você bateu a porta. Pra falar a verdade eu nunca soube o porquê da porta fechar nem tampouco daquela chave desaparecer! Eu nunca entendi por que as paredes ainda têm teu cheiro e por que ainda fico tão preso não só as tuas pernas, mas àquele futuro que você um dia negou! Pra ser sincero eu nunca imaginei que você iria pra tão longe, mesmo eu te vendo toda noite! Sabe aquelas perguntas sem respostas? Aquelas eternas incógnitas, que não há fórmulas nem reflexão que dê jeito de esclarecer? Assim foi você aqui por dentro! Falo por dentro mesmo! Não só coração nem pensamento, mas você esteve presente em cada órgão, em cada músculo, em cada beijo que eu joguei pro ar. Eu que só quis ficar tão perto, ficar naquele olhar, e se você deixasse... No seu sonhar. Eu quis muito mais do que invadir os seus dias ou saber da sua vida. Eu quis escrever você!