um momento de clareza;

E foi difícil te olhar e foi difícil ver você e foi difícil mostrar eu. E não quis mais fugir, os teus olhos me disseram pra ficar e chamaram a loucura pra me consumir e pediram que eu aceitasse. E eu aceitei.

E meus olhos pediram você; a tua loucura; o teu corpo; a tua mente; teu coração; tua alma.

E se cegaram com a força da tua entrega, esqueceram de tentar ver, dentro do abismo dentro de ti. E eu só vi a força do teu pedido silencioso - ou não.

E meus olhos já não viram. Escancararam minha alma, deixaram você entrar. E você entrou. E eu parei de lutar, eu deixei também - assim como você. Deixei você me sentir, deixei-me sentir também. Deixei você ver, dentro do abismo dentro de mim.

E agora, meus olhos voltaram-se para dentro. E eu não vi - eu soube.

Se você ver, meus olhos me traíram. Deixaram você entrar, e eu ainda estou ali, diante dos portões dos olhos teus, na chuva, esperando para devorá-lo. E o medo... é que você não esteja em casa. Aí então, estarei molhada, faminta, desesperada e sozinha.

wbiazetto 30/05/2010

wal biazetto
Enviado por wal biazetto em 30/05/2010
Reeditado em 30/05/2010
Código do texto: T2289855
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.