____FAXINANDO A ALMA____

Um dia os sinais foram tão claros que a cegueira

da minha ignorância se dissipou.

Senti os ventos levarem consigo o que não mais

me servia.

Abri as gavetas do meu ser me desfazendo do que

não mais usava.

Me desprendi do apego exacerbado, aceitei que nem

sempre a razão é a direção.

Olhei a vida com compreensão, então, compreendi

que o caminho somos nos que trilhamos.

E se por vezes ele se torna doloroso somos nos que

assim o escolhemos.

Me despi do orgulho e da vaidade deixando meu reflexo

nu se mostrar frágil e humano.

Então, as lágrimas de alivio vieram num turbilhão de emoções.

Me mostrando que já era hora de aceitar o que não podemos

conter.

Na minha total insanidade descobri que a sensatez estava

me levando de volta para quem eu era.

Apenas, um pobre errante ansiando vida, morrendo lentamente.

Dia, após, dia no capricho de se achar acima do mal e do bem.

Sendo o veneno de mim mesma, fui covarde achando que o

comodismo me daria um sinal que viesse a tudo salvar.

Sendo que a salvação estava dentro do meu ser, bastava

somente uma reforma intima.

Aceitei sem pretensão, cansada das dores quis tão somente

libertação.

E depois de muito tempo fui caminhando vagarosamente em

direção a vida.

Liberta do cárcere e pronta para alçar o voo da liberdade.

Sabendo que minha felicidade ou ruína dependia tão somente

da minha coragem.

Neste momento sabiamente minha alma compreendeu sua missão

e se libertou das amarras das ilusões.

MORGANA GLACIOTTO
Enviado por MORGANA GLACIOTTO em 16/05/2010
Reeditado em 16/05/2010
Código do texto: T2260709
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