___PARA UM AMOR INEXISTENTE____

Escrevi a doçura dos tempos de outrora

para resgatar lembranças adormecidas.

Mas elas haviam migrado por terras

desconhecidas.

Como um inocente condenado injustamente

chorei a dor da verdade que havia em meu ser.

E mesmo assim esta dor lasciva persistiu apunha-

lando meu corpo.

Numa folha qualquer desenhei tolos sonhos como

o tesouro da minha vida.

Mas descobri que não havia tesouro algum, apenas,

abstratos rabiscos deste meu ser.

Quando visitei meu coração, o desencontrei.

Em seu palpitar incostante nem vida, nem amor.

Em suas artérias, ventrículos gélido palpitar num

ritmo amargo.

Não fora preciso desistir, já o tinha feito.

Não me despedi, porque não havia destino para

dizer adeus.

Me recolhi na infinita melancolia desta alma perturbada.

Fechei os olhos a espera de redenção.

Mas as folhas de outono o vento carregou, assim como

a esperança.

SALLITA
Enviado por SALLITA em 02/05/2010
Reeditado em 02/05/2010
Código do texto: T2232901
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