Partindo em pedaços
Não há muito o que dizer, eu sei. E mesmo assim, não deixarei de repetir as mesmas palavras quantas vezes mais eu achar necessário, porque outras ainda não foram inventadas e estas, embora "surradas", clichês antigos e obsoletos, mesmo assim, são as que mais se aproximam do que sinto neste exato momento. Palavras que falam de um amor que é tão castigado, tão alvejado pelas coisas ruins, sempre alheias... amor este que cede para que você tenha algum sossego diante das tantas cobranças que só fazem aumentar-lhe o peso dos aborrecimentos.
Eu lamento tão profundamente... lamento por não saber agir de outra forma diante do que nos tem apresentado as poucas ocasiões que temos a sós. Tentei ser forte e desconsiderar um monte de coisas. Tentei mesmo fazer vista grossa para o que estava acontecendo. Os acessos, as interrupções, a falta de um estar junto consciente e motivado. Mas não me contive. Não soube superar a prova mais difícil do amor que é a paciência. A tolerância com o que veio antes de mim.
E tuas palavras, sempre me comparando aos demais, enfureceram minha razão e fizeram-me arder em egoísmo. Mais uma vez, estraguei o que poderia ter sido tão bonito, por não suportar o que é parte de tua vida, de tua escolha, que me precede e me pretere. E se o teu destino for continuar à distância desse amor que te reclama, acatarei tua vontade, mesmo sabendo que ao deixar-te seguir, sou eu quem estará partindo... partindo em pedaços o que sobrar de mim...