Eu vi o futuro, e nele você está. (Sua frase, olhos azuis)

Estava ouvindo Vivaldi, e meus pensamentos não. Sei que foram ter com você uma conversa sobre a possibilidade de retornar a nosso lar. Lembra? Aquela casinha pequena onde, na soleira da porta, você me esperava ao adormecer do meu corpo, as almas encontravam-se felizes e se abraçavam. Fitava seus olhos azuis e seguia seus lábios em direção aos meus unindo nossos sorrisos, transformando-os em beijos tão doces quanto o néctar abençoado e necessário do amor. Sentia-me envolta de seu abraço único e inconfundível. Unia num instante o Tudo que sempre aguardamos ao longo dos séculos. Suas palavras sempre seguras a renovarem nossas juras tão eternas, tão ternas, tão presentes; adivindas de um passado distante e de um futuro tão...próximo?! Minha alma criança, ainda inquieta e barulhenta, contrasta com a sua, que me acalma e acalenta. Beijo suas mãos, bagunço seus cabelos, fito o azul magnífico de seus olhos, observo sua timidez e sua atenção pra comigo. Lhe tenho em lembranças tão alegres e constantes, porém sei, ao acordar voltamos a nossos compromissos assumidos com a realidade e os fatos. Então, aguardo os sonhos, sonho nossa realidade, aprecio quando possível a sua presença; que por motivos óbvios não o serão pra este presente. E sei, olhos azuis, por eu ser ainda um espírito indomado, terei que aguardar (talvés mais alguns séculos passar). Venho sempre agradecer-te por este espaço, a sua existência, a sua presença lá em nosso lar. Antes de novamente despertar deste devaneio, quero dizer: Te amo, olhos azuis. Obrigada por existir sempre em meus dias.