__UMA CARTA DE DESPEDIDA___
Não vou ficar a espera da gratidão, ela não me basta.
Vou confessar minha covardia e desistir.
Este é o momento de se desapegar das ilusões.
Recolher o pranto, expor a serenidade.
Aceitar as limitações, compreender que a eternidade
é distante desta realidade.
Certas dores hei de não esquecer, para aprender.
Que a vida tem labirintos e abismos.
A tristeza que há são expectativas frustradas.
A alma aflita reflete os dissabores de um ser ávido
por amor.
E o amor não basta para esquecermos o que fomos.
Tão pouco seremos o que se espera se não nos acei-
tarmos como somos.
Me despeço dos anseios alheios, dos sonhos de alguém.
Compreendendo que o egoísmo cega e emudece.
Tornando pessoas fantoches das fantasias que recriamos
em nosso ego.
Para alimentar nossa fraqueza em admitir que para ser
feliz não basta ter o outro e sim a nós mesmos.
-morganaglaciotto-