__UMA CARTA DE DESPEDIDA___

Não vou ficar a espera da gratidão, ela não me basta.

Vou confessar minha covardia e desistir.

Este é o momento de se desapegar das ilusões.

Recolher o pranto, expor a serenidade.

Aceitar as limitações, compreender que a eternidade

é distante desta realidade.

Certas dores hei de não esquecer, para aprender.

Que a vida tem labirintos e abismos.

A tristeza que há são expectativas frustradas.

A alma aflita reflete os dissabores de um ser ávido

por amor.

E o amor não basta para esquecermos o que fomos.

Tão pouco seremos o que se espera se não nos acei-

tarmos como somos.

Me despeço dos anseios alheios, dos sonhos de alguém.

Compreendendo que o egoísmo cega e emudece.

Tornando pessoas fantoches das fantasias que recriamos

em nosso ego.

Para alimentar nossa fraqueza em admitir que para ser

feliz não basta ter o outro e sim a nós mesmos.

-morganaglaciotto-

MORGANA GLACIOTTO
Enviado por MORGANA GLACIOTTO em 26/03/2010
Código do texto: T2160072
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