MEU PAI...
Cabelos brancos reluzentes,
Olhos com expresão de quem espera,
Corpo quente amoroso,
Mesmo quando a cama é só solidão.
Frieza ... mas nunca no seu coração
Nas mãos a avidez de um menino... força!
Um toque de quem tem presa em dizer algo,
Mas o tempo se esvai devagar e talvez...
repentinamente...
Não haja mais tempo...
Por isso segura forte a minha mão
E uma lagrima sai assim despercebida
Pelo esforço de um abraço, um toque...
O tempo corre depressa... talvez não haja tempo...
De abraçar, tocar, acarinhar quem se ama muito
E mais lagrimas rolam...
Agora tambem as minhas...
E , como uma criança, fico imovél,
diante do que sinto e do que percebo ao meu redor...
E o tempo se esvai...
Misericordia... é o que se espera.
Imploro pro tempo parar...
mas ele ...
como um menino traiçoeiro não pára.
Ainda assim aguardo e suplico:
_Não o leve de mim...
Ainda necessito do seu afago,
Meu rosto necessita dos seus beijos,
Meu corpo fragil precisa do seu abraço,
Minhas mãos necessitam tocá-lo , acarinhá-lo,
Passar as mãos pelos seus cabelos brancos reluzentes...
Não o tire de mim assim...
Só o pensamento em não tê-lo comigo dói demasiado.
Permita-me... amá-lo só mais um pouquinho...
Só o tempo de poder mostrar-lhe o tamanho desse amor...
E o tempo de dizer –lhe mais uma vez... MEU PAI!!!