MEU PAI...

Cabelos brancos reluzentes,

Olhos com expresão de quem espera,

Corpo quente amoroso,

Mesmo quando a cama é só solidão.

Frieza ... mas nunca no seu coração

Nas mãos a avidez de um menino... força!

Um toque de quem tem presa em dizer algo,

Mas o tempo se esvai devagar e talvez...

repentinamente...

Não haja mais tempo...

Por isso segura forte a minha mão

E uma lagrima sai assim despercebida

Pelo esforço de um abraço, um toque...

O tempo corre depressa... talvez não haja tempo...

De abraçar, tocar, acarinhar quem se ama muito

E mais lagrimas rolam...

Agora tambem as minhas...

E , como uma criança, fico imovél,

diante do que sinto e do que percebo ao meu redor...

E o tempo se esvai...

Misericordia... é o que se espera.

Imploro pro tempo parar...

mas ele ...

como um menino traiçoeiro não pára.

Ainda assim aguardo e suplico:

_Não o leve de mim...

Ainda necessito do seu afago,

Meu rosto necessita dos seus beijos,

Meu corpo fragil precisa do seu abraço,

Minhas mãos necessitam tocá-lo , acarinhá-lo,

Passar as mãos pelos seus cabelos brancos reluzentes...

Não o tire de mim assim...

Só o pensamento em não tê-lo comigo dói demasiado.

Permita-me... amá-lo só mais um pouquinho...

Só o tempo de poder mostrar-lhe o tamanho desse amor...

E o tempo de dizer –lhe mais uma vez... MEU PAI!!!

Jane Barros
Enviado por Jane Barros em 01/02/2010
Código do texto: T2062507
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