Carta I: Perdão
Olho para ti e vejo o que a mágoa fez a tão belo rosto!Olho para a imensidão vazia do teu peito e encontro o que de amor restou. Mas na tristeza desse teu olhar vago, que se perde, não encontro nada e acabo me perdendo também!É névoa, nuvem negra no horizonte, chuva que cai e magoa, choro que grita e sufoca.Peço que o céu se abra em luz, mas é contínua a sua condição. Não choro, rogo ou clamo, apenas ouço o vento e finjo.Queria aproximar-me e tocar levemente acariciando o veludo da atmosfera, mas fica só a saudade de o fazer, e os teus vestígios de névoa.Procuro sair, desencontrar o destino, ou até mesmo perder-me sem chance de ser encontrada, mas tão longe de lá fica o sonho, que caio angustiada.É....quem diria que eu escrevesse sobre ti no agora.Quem acharia que se passasse pela mente inóspita, o brilho da censura do teu braço. Quem diria....que lamentaria em vão as tuas vagas palavras....Não sofro mais. Pois de mim ressurge um amanhecer que nutri sem ti.De longa jornada, cativada pelo teu afastamento.É....quem diria...que me esqueceria desse teu doce cantar....hoje nada resta de ti de mau para lembrar.