Antes que você me esqueça
Não sei por quanto tempo ainda minhas palavras ficarão por aqui para que você venha lê-las, cada vez que sentir alguma saudade. Na verdade, muito pouco é o que sei, porque minha vida inteira só faço sentir, sonhar... partir. Sim, partir... partir-me ainda mais, quando você se vai e eu fico pelas metades das metades das metades das tantas idas que levam o seu amor para longe de mim.
Mas nada sei da permanência, acostumado que estou a viver com essa longa ausência feita de esperas intermináveis e das sobras do tempo que você se permite, quando ousa fazer do que temos a diferença que a nada se compara. Então, eu a vejo assim, uma jóia valiosa e tão rara, lapidada para outro dono que não sou eu... e mesmo sabendo que nada posso fazer, ainda insisto em querer possuí-la, tê-la tão somente pela eternidade de um instante ao seu lado...
Arbitrários os conceitos que me prendem à incapacidade do que não posso distinguir. Você surge como um sonho bom, desperta minha coragem e reacende a brasa adormecida... e depois... pouco tempo depois, quando o tempo começa, novamente a existir, arruma suas bagagens e anuncia outra partida... e eu, nesses instantes em que me sinto despedaçar, fico outra vez perdido, sem saber o que fazer de minha própria vida.
Será que algum dia seria diferente? Será que você ainda vai fazer durar além de uma noite o amor que diz que sente? E do que faço e você nada diz, será que ainda vai reconhecer? Meu amor, sinceramente eu não sei e talvez nunca venha a saber o que se passa em sua cabeça. E por não saber, aqui deixo registradas as palavras de um amor que, algum dia, pode ser que você, numa dessas idas de mim, simplesmente esqueça...