Marionete do destino
Às vezes é como se eu estivesse presa à vida apenas por um fino e frágil fiozinho. É como se a qualquer momento ele fosse arrebentar e eu me desprendesse desse mundo em que resido agora. Tem dias em que me sinto dentro de uma pequena bolha, como as de sabão, frágeis e que quando menos se espera elas estouram e já não existem mais.
Que simples vidinha é essa a que eu vivo? Que mundinho tão pequeno é esse no qual me colocaram? Que destino é esse que me agonia? E que confusão é essa que tanto me atormenta?
Há dias em que não sei nada e em outros sei tudo. Há dias em que não quero ser mais eu, ter esse corpo, esse nome, essa forma humana. Há dias em que eu gostaria de ser um outro alguém, alguém melhor, vivendo outras coisas e habitando outros lugares. Há dias em que eu não quero estar em lugar algum, não ser ninguém diferente, apenas ser nada. Algo menor do que um grão de areia. Há dias em que esse nada significa tudo. Significa que eu não queria mais existir. Mas às vezes nem eu mesma sei o que significa.
Às vezes amo, às vezes não. E em outros momentos tenho dúvidas, mas logo volto a amar novamente e tudo fica bem.
Tem dias em que minha vida é um buraco negro sem fim, em que não há oxigênio e eu não respiro uma vez sequer.
Às vezes queria ser apenas uma pequenina e invisível partícula perdida no ar, ou uma microscópica molécula, para ficar viajando sem destino certo, sem saber onde vou parar. Saber que tenho todo o infinito para ver e que tudo posso conquistar. Sem limites, sem nada nem ninguém para me barrar.
Às vezes me sinto tão insignificante, como se eu nem estivesse ali, como se nem mesmo eu estivesse aqui...
Talvez eu realmente não esteja em lugar algum. Talvez eu nem exista realmente e toda essa minha suposta vida seja mera imaginação de uma pessoa sem humor ou emoção alguma. Talvez eu seja apenas uma personagem de uma história qualquer mal contada por alguém, onde o narrador é um curinga brincalhão. Talvez eu seja apenas uma mera marionete do destino.