sobre o inexplicável amor adolescente
Todo um universo resplandescente e cheio de possibilidades se abriu diante de meus olhos, que vagueavam pelo horizonte, buscando, sem saber o que buscar.
São jogos. Jogos de conquista, jogos de amor, jogos de batalha, jogos de ação.
A tua boca, cremosa, suave mas intensa, envolveu a minha, num beijo em que muitas verdades se revelaram. O amor adolescente foi e não volta mais. O calafrio a percorrer a espinha é coisa rara, que aparece só quando o verdadeiro medo acontece. Mas não somos mais tão jovens. O medo não é sinônimo de expectativa. Aprendemos a não esperar surpresas maravilhosas, do tipo em que a nossa alma se entrega às sensações novas do corpo; mas sim comparamos cada experiência nova com as anteriores. Não existe mais a surpresa arrebatadora, que nos transporta para outro universo. Estamos aqui e continuaremos aqui.
Mas a noite brinca conosco. E, sabe-se lá o porque, nos vimos novamente encantados, quase como da primeira vez; embora as dores, as expectativas, as preocupações, os medos, sejam outros. Outros pensamentos nos invadem, mostrando o quão preciosos eram aqueles momentos de insegurança e expectativa inocente.
Talvez a maior tristeza esteja em pensar que as paixões e amores genuínos e intensos, tanto físico quanto psicologicamente, só acontecem poucas vezes: as primeiras.
Mas e quando os pensamentos se direcionam obcessivamente para um momento, para uma pessoa, fazendo com que as sensações já sentidas percorram o corpo numa fração de segundo, o que aconteceu?
Será essa minha mente traiçoeira provando que 'pra reviver é só lembrar'?
Talvez alguma conexão telepática... e se você sentiu o mesmo?
Com um discreto sorriso nos lábios, delicio-me em pensar que talvez esses pequenos momentos de grande intensidade, descontrole e insanidade é que façam toda a vida valer a pena.
Delirando em 31/08/2009.