PORQUE OS AMORES SE PERDEM

O mais difícil de enterder quando os amores acabam,são os porquês.

Porque duas pessoas que se encontram e se encantam, viveram um amor que parecia indestrutível, se separam?

Porquê o amor geralmente acaba de um lado só e é o outro que fica chorando e querendo entender as razões?

Amores deveriam ser eternos,mas nem sempre são.

Costumo comparar casais a chave e fechadura.

Nem toda chave abre todas as portas e é necessário encontrar aquela exata que vai se encaixar perfeitamente e tudo será possível.

Mas a gente acredita que cada vez que alguém toca nosso coração e entra,que é definitivo.

Um casal que se apaixona de início sem que um tenha tido tempo de desnudar o outro nas suas verdades,acredita nessa chama e até briga por ela muitas vezes.

E cria-se sonhos, planeja-se o futuro...

Enquanto isso os dias vão se passando,toma se menos cuidado em manter a magia, e a parte dos dois que é mais sonhadora começa a sentir-se incomodada.

Dá medo.

Medo de ter que olhar bem nos olhos da realidade e dizer: Acabou!

Medo de ter que se confessar a si próprio que ainda não foi aquela vez!

Medo da solidão, de ter que começar...

Não são as decepções que matam o amor.

Se assim fosse, não existiriam perdões e reconciliações. O que mata o amor é simplesmente a tomada de conciência de que o outro não é o ser sonhado.

É como acordar depois de um longo sono e lindos sonhos.

O outro está ali; é a mesma pessoa mas aquela neblina que dava a impressão de irrealidade já não mais existe.

E isso não acontece da noite para o dia, como se costuma pensar.

É algo que vem com os dias, os hábitos, as monotonias.

Um percebe e o outro não.

Um começa a se sentir angustiado e o outro continua acreditando ou finge que acredita.

E quando a gota que faz transbordar o vaso chega, é o mundo todo que desmorona.

Porém,b tudo não fica definitivamente perdido.

Sobra de um lado a dor, e os porquês, um resto de amor que teima em ficar no fundo como o vinho envelhecido na garrafa e do outro o coração dividido por não poder reparar erros cometidos e a vontade de continuar em busca de outros horizontes.

Sobra para os dois a ternura a lembrança dos momentos passados juntos.

Porque corta-se relacionamentos, mas não se apaga momentos, mesmo que a gente queira.

Vivido é vivido, feliz ou infelizmente.

Inútil é querer resgatar um amor que resolveu partir para outras direções.

Quanto mais apega-se, mais ele se afasta.

E quanto mais se afasta, mais doi no outro a incompreensão, é uma roda da qual é difícil de sair.

E é uma pena, pois pois os corações não merecem isso.

Quando a questão é amor, não existe justo ou injusto.

Existe o que ama, e o que não ama mais.

Precisamos aceitar que o outro não tenha os mesmos sentimentos, mesmo se isso nos faz mal, por que se o amor não for livre para se instalar onde realmente deseja, ele perde toda a razão de ser.

(Letícia Thompsom)

JOÃO PANTANEIRO
Enviado por JOÃO PANTANEIRO em 15/11/2009
Código do texto: T1925401
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