CARTA PARA MINHA MÃE

A pessoa que os seus olhos conseguem ver, não é a pessoa

que sou realmente. Eu sei o que sou e, para o meu conforto,

boa parte das pessoas que convivem comigo tambem sabem.

Sou acima de tudo, uma mulher. Sujeita à falhas, à carências,

à dúvidas, à fraquezas, à medos, à sonhos. Já experimentei,

já perdí, já ganhei, já me machuquei, já realizei...

Estou ainda em busca de mim, caminhando ao meu encontro,

procurando ser melhor, dentro das limitações que se instalaram

em mim no decorrer da minha caminhada, da minha formação.

O motivo de suas cobranças, é fugaz, diante do que realmente

importa para um relacionamento saudável em familia ou sociedade.

A mola que move os relacionametos é o "respeito", e respeitar é

exatamente aceitar as pessoas como elas são, procurando extrair

delas o melhor somente. Tentar muda-las, incorre no risco de

perde-las, e a pior ausência é aquela em que não precisamos estar

distantes para senti-la.

Estou à frente, mas não sei caminhar sozinha, preciso das pessoas

que amo. Voltar atras, seria parar o tempo e o tempo não para.

Há pessoas, que ao terem seus filhos esquecem, que além de filhos;

eles serão tambem "seres independentes", em suas personalidades,

pensamentos e escolhas; e partem para uma tentativa vã de te-los

à sua imagem e semelhança. Somos quem somos em essência, e esta

não se altera. É única.

Preciso de sua compreensão e aceitação, afinal, somos filhas e

tambem mães, mulheres e seres humanos, privilegiadas talvez, por termos tido a oportunidade de estarmos juntas, nesta existência.

Amo Você!