Ao Ilustre Poeta Maior Oty Garcia (Meu Pai)
Pai, ao atirar-se de corpo e alma no encantado mundo das fazendas que tanto lhe atraem, sinto o teu espírito voando nas asas dos magos silfos e se transformando em carinhosa brisa que, de gota em gota, vai umedecer os sagrados campos da natureza.
Sinto-te como a bela flor do prado, à espera do matutino orvalho, que de mansinho vem regar a vida ou, como a laboriosa abelha que, de flor em flor vai, sugando o delicioso néctar, para adoçar os labirintos da sua majestosa colméia.
Sei, que cada momento vivido nesse paraíso, pode-se comparar à meigas saudades desenterradas; saudosas lembranças dos felizes momentos da sua infância.
Bem! Aqui a vida é: luta, persistência... Não desanimo! Hoje na dura realidade do presente, sinto que o meu passado é um montão de cinzas; restos inanimados das minhas ilusões.
Clamo aos Deuses, me atiro ao futuro e interrogo o porvir; aqui estou eu, tentando levantar o véu da esperança. Este, meu Pai, é o mundo real em que vivo! Gostaria de estar junto de ti, no mundo encantado em que estás vivendo. Onde se ordenar às árvores que respirem, elas respirarão; se pedires às flores para sorrirem, elas sorrirão e, se pedires bem suavemente à natureza ela, em complacência do sofrimento deste teu filho, faria derramar sobre ele o suave perfume emanado dos Deuses.