Uma conversa complicada

BSB, 24/07/2009

Grande amigo, quanto tempo? Parece que foi ontem que nos vimos pela última vez, mas isto já vai longe, são léguas e léguas de distância. Às vezes nos vejo tão afastados que mal me lembro de suas caretas quando comia manga verde com sal. Este distanciamento não é nada bom, muito pelo contrário, é ruim demais. A vida é uma mistura de palavras, sentimentos, quero não quero, dia, noite, sol e chuva. Onde cada um de nós tem que encontrar o seu caminho, se possível, o mais prazeroso. Quando isso não ocorre, trilhamos vertentes espinhosas e rudes. Felizmente, este não é o meu caso neste momento. Para ser franco, ando feliz da vida, qual pinto na lata de lixo comendo coró. Por outro lado, ando preocupado com minha amada. Já lhe contei que ela é dessas que cuidam das pessoas com problemas de toda sorte, que escuta mais do que fala, que chora mais do que ri. Às vezes tento chorar com ela... não consigo! Sou um vaga-lume. Estou tentando fazê-la seguir a mesma bula que receitou a mim, quando estava amuado e triste. Essas coisas doem na alma, é como se uma foice cortasse ao meio nosso derradeiro esforço, sem dó ou artimanhas. Sei que essas “feridas” custam a sarar, são como ninhos sem filhotes ou ovos.

Hoje vou esperar a lua. Quem sabe ela me diz, com letras garrafais, o que devo fazer ou qual rumo tomar, para que possa encontrar o que há de melhor e mais bonito para oferecer a esta guerreira de tantas lutas e vitórias. Sei que não tardará para recobrar o fôlego de antes ou a alegria que tanto estampou em seus cúmplices olhos. Haverei de alegrar-me ao extremo, haverei de agradecê-lo meu nobre e querido amigo por saber que, de uma forma ou de outra, torce incondicionalmente por nós. Sei que você também haverá de ficar radiante, assim como eu e a lua haveremos de ficar, quando tivermos uma boa e feliz notícia. Por enquanto não apiede-se de mim nem mesmo dela, presumo que estes fluidos lunáticos que agora recebo, afagarão os pensamentos dela, como agora afagam os meus.

Caríssimo amigo, esta é uma radiografia do que tinha para lhe contar por ora, espero que na próxima carta as notícias sejam mais brandas e doces. Não se esqueça, estou esperando por novidades...

Abraços,

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 24/07/2009
Reeditado em 04/12/2022
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