Meu amor, perdoe-me
Você não pode imaginar o que sinto, quando qualquer desentendimento acontece entre nós dois. Depois de tanto tempo, afastados, sustentando distâncias e rotinas tão diferentes, qualquer encontro deveria ser mais do que esperado, desejado, sentido. Qualquer encontro deveria ser realizado como uma dádiva por tudo o que temos vivido, nessas saudades prolongadas, nessa falta do calor de seu corpo, nos beijos e abraços sonhados, nas promessas que não passam de palavras ardentes em nossos momentos tão quentes que por você logo são esquecidos.
Muito é o que tenho compreendido, muita tem sido a minha tolerância. Engulo tudo o que me fere, para fazer cada momento perfeito. Procuro pensar somente em você, como se isso fosse o único jeito. Mas... mal amanhece o dia e você sempre desaparece. E o que acontece eu já nem quero saber. Eu não posso continuar a sofrer, quando sei que você é tudo o que mais quero. E infelizmente, você... justamente você, é quem menos acredita no quanto eu faço e no quanto eu ainda faria por tudo o que ainda temos, por tudo o que ainda sentimos.
A aspereza das palavras por vezes preenchem todo o espaço. Meu medo de perder você transforma-me no ser mais rude. A estupidez corrói a doçura, dilacerado que se encontra meu peito. Talvez, isso seja mesmo um grave defeito. Esse lado primitivo que anseia pelo domínio; que fica cego diante de seu fascínio e luta desesperadamente para retê-la. E eu sei que isso só traz sofrimento. Mas posso assegurar que é coisa de momento, e que pouco depois, quem mais sofre sou eu.
Amor, perdoe-me por querê-la tanto, por não conseguir fazê-la acreditar no que sinto. Eu não minto. Sou apenas um tolo apaixonado que sonha a vida toda em tê-la ao meu lado, sem mais despedidas, sem sangrar antigas feridas, sem tempo determinado...