Janela da Vida
Sentei à janela da vida e coloquei-me um tempo a parar. Parei para ver a vida dos transeuntes que circulavam por lá. Quando a criança passou sendo arrastada pela mãe, lembrei-me da infância... Tão bela infância, que fez meus olhos marejarem. Como era bom não saber da crise mundial, não se preocupar com a gripe do “porquinho”. Era perfeito viver em um conto de fadas, aonde tudo sempre chegava aos “felizes para sempre” – pensando bem deve ser chato “pra caramba” viver feliz para sempre. Como foi bom ser criança. Mas assim como aquela criança que me fez lembrar de como ser criança era bom, lembrei-me que um dia ela vai crescer, eu cresci. É... É nessa fase que descobrimos que nos crescemos. No começo a gente acha um máximo ter responsabilidades, mas mais cedo ou mais tarde a ficha acaba caindo. Ter o que fazer cansa, bom mesmo é brincar sem hora para acabar. E a tal da “aborrescência” então, não quero nem lembrar. Vou pular a parte em que na minha meditação frente a rua da vida, vi passar pela rua uma “tribo” estranha, o qual eu nem sabia que existia... É cada uma que aparece a cada dia. E cá estou... Vendo a vida dos outros passar, tentando esquecer – ou seria abafar? – que a minha também está passando. Olho para trás e lembro o quão feliz eu fui. Olho para agora, e vejo o quão feliz estou sendo. E ao olhar para frente, no horizonte do belo e onipotente sol, que já vai se pondo, imagino o quanto eu posso ser feliz. E já colocando minhas fuças para dentro de casa – pensando o quanto sou idiota de perder o dia olhando para o nada – chego à conclusão que devemos parar uma vez por hora, ou dia, ou semana, ou mês, ou ano, que seja, para percebemos o quão podemos ser, o quão somos e o quão fomos felizes.