Mariazinha.

Exercitava um dom de piedade quase eclesiástico,um meio de esquecer a própria dor e sofrer a dor dos outros.Mariazinha compadecia-se especialmente dos gatos,não os de duas pernas mas de quatro patas, dando abrigo e o que comer não só a eles mas quem em sua porta pedisse ajuda ,uma forma de ser útil.

Fazia das fraquezas forças e dava conta do problema.Essa resignada submissão as necessidades de cada dia,não para ganhar a vida, mas para não perdê-la.Uma ocupação despremiada aos olhos alheios, mas gratificante á alma de uma mulher que não sabe como se ajudar,mas ajuda aos outros.

Porque ela sabe que deveríamos nos ajudar,que aquele pouquinho as vezes representa muito,seja para uma pessoa ou para um ser que depende de nossas migalhas,o pouco que fazemos ou praticamos faz diferença.A gente ás vezes míngua por dentro,nos sentimos tristes e quanto mais a alma míngua ,mais as lágrimas correm como uma dor que se espreme ,mesmo não sabendo chorar.Porém quando fazemos alguma coisa por alguém,o sentimento de gratificação e de bem estar toma conta de nós.Todos sofrem de algum modo,cada um tem seus próprios dilemas,mas saber sofrer é uma virtude. E por isso me orgulho de você.