Para meus Confetes..
Menina-moça, cidade do interior de Goiás, carnaval de
sonhos. Reunidas as tias e costureiras, tecidos e mais
tecidos, lantejoulas e tudo mais, para a confecção das
lindas fantasias da moçada. A cidade ficava dividida em
dois carnavais, o da UDN. e PSD, eram os partidos que
comandavam a festa. A gente prometia aos pais pular só
no salão dos partidos dêles, porém era um trança-trança de
um salão para outro, que ninguém controlava. Além dos
bailes oficiais, tinha o carnaval de rua, de verdade. Nada
de bebida, e droga então nem sabíamos que existia.
O lança- perfume era a grande alegria da meninada, e
quando algum garoto paquerava a menina, bastava jogar
um jato de lança na nuca, sinalisando o flêrte gostoso e
vigiado sempre pelas acompanhantes das moçinhas, alguém
adulto da família.
Os confetes misturados as serpentinas, o som das marchinhas
de Emilinha, Marlene e tantos outros, fazendo a alegria dos
carnavalescos. Pular era a ordem do dia, sem maldade, sem
apologia ao sexo, chegavam a ser romântico os carnavais de
outrora. Não que eu seja careta ou moralista, porém quando
ouço Bandeira Branca, relembro os meus confetes da Cidade
de Goiás e Anicuns, o tão sonhado Pierrô Apaixonado, que o
tempo fez esquecer a pequena Colombina.
SANTOMÉ