DIVIDINDO ANGUSTIA
Há quatro meses meu coração bate faltando um pedaço, sinto tanto esta perda que as vezes penso que no próximo passo vou direto ao chão. Minha cabeça não se atina mais e as lembranças vão e voltam cada vez mais doloridas. Tiraram meu filho de min, meu pequeno Airon Augusto de apenas 05 anos foi vitima como milhões de outros , da incompatibilidade dos pais, do amor que se acaba por não ter mais o que dizer depois do ato sexual, do beijo doce que se torna amargo e do olhar de paixão que se transforma em aversão. Todas as noites sinto como se estivesse preso numa caixa sem oxigênio, busco o ar mas sua ausência não permite que eu me liberte. Sôfro ainda mais por saber que a crueldade da sua genitora, o faz distanciar-se de min, a sua maldade peculiar pisou as regras que permitiam minhas visitas e meus passeios junto a ele e apenas diz que ele não quer sair, uma inverdade doente já que seus olhinhos verdadeiros quando me veem percorrem por todo meu corpo e dizem além do que a pequenina boca traduz. Hoje em especial fui mais uma vez vitima desta arbitrariedade desta pessoa que convivi sem conhecer por quase sete anos, autorizando uma viagem sua sem sequer me consultar, não sei o que fazer! estou sem fome e minha cabeça não consegue concatenar o que pensa. As vezes meu desespero me leva ao extremo de pensar em fugir como fez o poeta Vladimir Maiakovski, mas sou inconstante ao mesmo tempo resistente e prefiro ficar. Outro dia assistia a um desenho da turma do Snoopy, e um personagem indagava o que fazer quando alguém que a gente gosta não está ao lado, chorei copiosamente por que eu também queria saber o que fazer. Obrigado por terem me escutado. É só desabafo!!