Na bandeja
Sei do quanto suportamos enquanto nos quisemos. E sei que nada justifica esse querer estagnado, perdido num tempo que foi sonhado, pouco vivido dentro do tanto que prometia. E o que eu pude fazer por nós dois foi justamente aquilo o que você nunca via...
Eu a via, mas não havia você. Apenas um sonho, transportado por anos numa vivência perturbada por inconstâncias sentimentais e o alvoroço das horas, que nada servem, que são servidas em mesas espaçosas onde devoram sentimentos e expelem a arrogância pelo que farta o seu apetite.
Nada mais quisemos. Apenas olhamos. Nada mais dissemos. Apenas passamos. E o que serviu-nos o tempo, pouco ou menos foi que degustamos. Estranhos que fomos diante das escolhas, deixamo-nos servir em bandejas de aço, quando todos comemoraram o fim do nosso amor...