Carta de Amigo - a Carlos Drummond de Andrade sobre o Amor
Ilustre Itabirano, boa noite!
Estava eu hoje relembrando um de seus escritos que tive a graça nessa vida de conhecer. O escrito sobre o Amor, na verdade uma poesia. Você citou lá que o Mundo é grande e de alguma forma ele cabia numa janela sobre o mar. Pensei cá comigo que você imaginou todo o mundo através de uma Tela, que era uma janela. Fiquei pensando sobre a idéia de citar que a cama era o mar e, de repente, por intuição, eu disse: - é lógico! Mas na verdade tudo aquilo era a sedução das grandes ondas que o lençol produzia através dos gestos diversos do amor a dois. Enfim, nobre Drummond, realmente aprendi num verso seu o que mil anos talvez não traduzisse, de que o Amor é grande, IMENSO, e cabe ele tão doce, quente ou mesmo avassalador no breve espaço de beijar... Daí, nobre Drummond, quis entender seu escrito dessa maneira. Se por acaso fui tomado por engano, então, digo que tombei meu coração com essa marca de amor como um livro eterno de onde se pode cantar essas rimas assim. Conhecer seus escritos ainda na sexta série antiga me deu o poder ultra jovem do seu João Brandão. Dessa forma, de cá lhe vai minha gratidão por tantos momentos, muitas vezes tomados pela noite, onde os versos eram a colher de sopa com mel para fortalecer a alma.
Fique com Deus, amigo!