Carta pra mim mesma...
Onde você se esconde querida?
Toda vez que te procuro, estás ocupada.
Já te vi parindo sorrisos e
sufocando lágrimas sentidas.
Cuidando da casa, vira a roupa pelo avesso,
querendo fazer o mesmo com a vida.
Tira suas marcas a ferro e ganha outras marcas
(no coração) do tempo, também a ferro.
Guarda as saudades no armário e sacia a fome
de vida comendo o medo dos olhos,
ocultos pelos óculos de sol e bebendo gotas de uma
paz desejada e embriagante no cio da mulher sempre ocupada,
que se esconde em algum canto, temendo ser encontrada,
no sonho que adormece dentro de si...
Sei que estás aí e ainda a tempo de ser apenas uma mulher...