SE ME DESTE?

SE ME DESTE?

O que seria?

Momentos em que pensei ser amada?

Em que pensei que me desejavas

pelo que sou

e não apenas para te servir de alguma forma?

Se me deste?

Momentos de consolo, quando desabafei contigo,

pensando, então, que eras para sempre meu amigo.

Se me deste?

Esta renovação do desejo que não acaba.

Mostraste-me, deixaste-me entrever

farturas e depois mais nada.

Não adiante querer-te,

só dás se e quando queres.

Não tinhas o direito de se aproximar de mim,

se o que querias

era apenas saciar tua sede de saber,

de informações e constatações.

Se o que querias era apenas provar em mim

a tua incompetência

e receber minha orientação.

Agora já tens tudo o que quiseste:

respondi tudo o que perguntaste,

ensinei-te tudo o que pediste,

dei-te tudo o que quiseste provar.

Já não te sou útil, não mais.

Indigno de mim tu és.

Mais uma vez fui burlada

com falsas manifestações de atenção,

carinho e amizade.

Podes até dizer que foste sincero

enquanto tudo acontecia,

mas havia um propósito

e isso tirou a espontaneidade.

Tu amas o amor que lhe é dado,

não aquele que te dá amor!

Onde estás agora?

Em que desculpa está baseada a tua ausência,

tua completa indiferença,

tua acintosa indiferença?

Será que ainda tens coragem de dizer

que me quer bem?

Mentiroso. Interesseiro. Falso.

Até nunca mais...

Rachel dos Santos Dias
Enviado por Rachel dos Santos Dias em 06/07/2008
Reeditado em 08/08/2011
Código do texto: T1066887