Carta a Suzi
Minha amiga, sei que um pedacinho seu foi junto com Maria Eduarda, posso imaginar a dor que ora perpassa seu coração. Mas sei que você é uma pessoa forte, quem crê em Deus supera todas as tormentas.
Lembro-me a alegria com que solicitou o poema para sua netinha, estava tão radiante que transparecia nas palavras. E eu prontamente atendi. Atendi porque passei a sentir um carinho enorme por você através deste mundo virtual. Você que é tão atenciosa e tão especial.
Quando estava preparando o poema para Eduarda lembrava-me também do poema que tinha preparado para a Ellen, minha filha, e quase esbarrava nas mesmas palavras. Pronto o poema, enviei a você que tão radiante ficou.
Agora, minha amiga, só restam as lembranças de Maria Eduarda que tão pouco tempo permaneceu entre nós. Mas era chegada a hora, Deus não nos dá um fardo maior do que possamos carregar. Ele carregou a pesada cruz para dar-nos o exemplo, para mostrar que a vida não é feita só de alegrias. Ele que também chorou para nos dizer que as lágrimas são benéficas e purificam o espírito, aliviando-nos e confortando-nos.
O Salmo 23 cita: Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo: a tua vara e o teu cajado me consolam. O consolo de que precisa agora, Suzi, só provém mesmo de Cristo, nenhuma palavra, por mais amável que seja, a consolará. Chore bastante, faz bem, sinta-se triste é um direito seu, se tiver vontade de gritar de dor, grite é o seu clamor que ora atinge os céus. Tudo isso, minha amiga, passará. Debaixo do céu e da terra há tempo para tudo: para plantar e colher, sorrir e chorar, abraçar e apartar. Na própria Palavra de Deus encontrará repouso.
Oro incansavelmente por você, a oração fortalece o espírito e nos aproxima de Deus. Lembre-se de Maria Eduarda com o mais sublime amor, como uma sementinha que foi gerada, que germinou, mas que só pôde dar os frutos junto do Pai.
Fique com Deus.
Sua amiga