O CICLO DO VIVER E A AUSÊNCIA QUE SUFOCA
Viver é um ciclo. As emoções vêm e vão. As coisas se repetem. Nem tudo está do jeito que queremos. O que fazer, se o mudá-las nem sempre está ao nosso alcance? Aliás, o que está ao nosso alcance? Se nos vemos grandes, eis que a pequenez nos assola. Contrai-nos um aperto a alma. Um calafrio arrepia os pelos. Os olhos se marejam contraídos, não querendo debulhar-se em lágrimas...
Queria estar contigo hoje. Sussurrar um segredo em seu ouvido. Expressar em silêncio o que só o silêncio pode exprimir. Queria muitas coisas: você aqui... Muitas muitas coisas! Mas...
Viver é um ciclo. As emoções vêm e vão. O mesmo aperto espera a alma n´alguma esquina. O silêncio que, às vezes, não pode falar. Pois expressar não pode em palavras. Até que ponto pode a poesia expressar as emoções? Os sentimentos, não raro, são obscuros e não se expressam com clareza.
“Penso, logo existo”. É, Descartes... Posso pensá-la. Dá-lhe vida nesse meu imaginar. E quem sabe, estar com ela em pensamento.
Mas... e o real? A realidade é cruel e logo logo trará à tona a dor que ronda arrogante: a sua ausência, que sufoca. O desejo, que ardente me espanta de mim mesmo.
Talvez conciliar possa o real e o fictício e estar contigo não estando, sem sofrer os danos de ter que ver o que está patente e do qual quero fugir: você não está aqui! É, não está...
Nessa hora, a esperança aparece sorridente, salta muralhas e me envolve calorosa. Ainda bem que a tenho. Posso agora estar tranqüilo. Há um novo amanhã surgindo. O dia de amanhã será melhor. Obrigado por você existir! Fique com Deus!