PARA O FUTURO, SEM DESTINO
Por vezes, quando o vazio clama
Algo acontece com as mãos
Despenca-se um da cama
E o coração de alguém inflama
Parece uma idéia nascendo...
"- Talvez possa agora escrever!"
(...)
Reflita! Não se apresse com essa mão! Pois, pode não ser a folha em branco quem no instante reclama. Algumas vezes, são os versos do Capitão. Este que, após descobrir novos mares, volta a pisar na ilha, trazendo a grandeza ao "velho chão". De quando em vez ele volta a recrutar marinheiros:
_ Venham! Venham a bordo! Juntos de mim serão grandes. E isto é muito para um pequeno aldeão.
Por ventura, já não é para todos o que ele canta! Há uma nova geração na ilha. Crianças que dormem e, contudo, não sonham. Crianças que dormem em plenitude. Apenas ouvem em silêncio os cantos de sonhadores e desbravadores de mares. Apenas comtemplam ambos.
Elas reconhecem os grandes mestres. Se curvam a eles e os enaltecem. Mas somente quem dorme no vazio, entenderá, talvez, um dia:
1° - “O mesmo mestre que te ensina será a testemunha em sua condenação". Pois, com ele aprendendo, e podendo ir além, conformou-se em ser apenas um admirador de histórias alheias.
2° - " O pesadelo de um gênio é não saber criar".
Para quem ama ( amor romântico, não contemplativo ), o que destrói é não ser amado. Outros seres, encontram a sua tragédia pessoal em não poderem trazer ao mundo as idéias que lhes tiram o sono e os colocam a vagar, em plena madrugada, pelos quintais e pelos cômodos. De forma que, não tem, de outro modo, os anseios correspondidos.
Aprenderemos, talvez, um dia:
- Quem quizer ser amado: desdenhe.
- Quem não souber escrever o mundo: desenhe.
A cada um o seu caminho. A longa visão é crucial para quem espera, um dia, transcender à esfera do conhecimento. Ser um "fausto" é impossível ( concordarão, talvez, todos). No entanto, o que o mundo conhece é, apenas, uma ínfima fração do que existe. E as palavras "coisificam" quase nada. Ainda há muito que escrever, ainda há muito que descobrir e conhecer. Ilhas que os "Nossos Antigos Desbravadores" não tocaram com seus pés. Talvez tenham apenas olhado de longe, com um mortal aperto no peito, por não terem uma pequena canoa que os conduzisse por entre caminhos estreitos e tempestuosos até a formosa ilha.
- Se a plenitude da paixão se esvaeceu: Alegra-te, não chore! A paixão destroi o pensamento ( Já sabiam os grandes mestres filósofos) . Afasta a razão de uma mente pensante. Quando deveria haver um concílio entre Coração e Pensamento.
- E se a cabeça ainda pede a ouvir o capitão: Seja forte, Ignore! Pois , para quem sonha ter o próprio barco, "viver à sombra de outrem é como não ter nascido", é meramente passar pela vida, é como ser planta e não ver a luz do dia, é ser qual àquele que, com o dom de descobrir o mundo, remou à sombra de um desbravador. Mas, será feliz se anuviar que fora a Cópia de um criador.
A tragédia anda rente à criação. E o grande mito é o “criador” . A essas e outras questões, a pena um dia falará (quem sabe!). Mas é melhor calar agora, que ser assim por toda a vida.