Acabou, meu amor!
Final
(Daniel Lellis Siqueira)
Ilusão
Prisma de olhos esbugalhados,
que até atabalhoados os tempos são.
De viés eu reflito
como e onde me encontrastes:
Num terreiro de negros bantos
ou em lugar nenhum?
Vazio,
Vazio...
Vazio é sentir-te dentro de mim,
e mesmo assim não me sentir completa.
É procurar na luva de um trovador
o torpor de hora e meia.
Semeia,
semeia...
Semeia o grande campo de Oliveiras,
tal qual você nunca pisará.
Entenda,
entenda...
Tu para mim és roleta de azar,
sempre me pego pensando o que fazes comigo.
Perigo,
perigo...?
Acho que é perigo espatular
o rodante espetáculo da terra.
Não joga,
pois você erra!
Afinal, nunca tomastes do meu vinho,
e o seu é de baixa qualidade.
Melhor sorriso é aquele enforcado na garganta,
e gritado de um prédio, no último andar.
Azar,
azar...
Você se acha divina,
olha que cabrocha pequenina
se arruma em qualquer lugar.
Final,
final...
Acabou a felicidade meu amor,
e já é passada a hora de ires embora,
afinal, tudo acabou como fostes no começo:
-Um valor de instantâneo branco e preto.