UMA CARTA QUE MINHA MÃE NUNCA LERÁ!

UMA CARTA QUE MINHA MÃE NUNCA LERÁ!

Mãe, tenho algo para te dizer, mas me falta coragem, por isso vou escrever e se um dia você

achar esta carta, espero que me perdoe.

Aliás, são várias coisas:

Mãe, errei muito na vida, mas não foi culpa minha, nem de ninguém. Eu nuca levei a vida muito

a sério, brinquei muito com ela.

Todas as chances de melhorar minha condição física, eu deixava de lado, parava a fisioterapia,

a fonaudiologia, a terapia, enfim, deixei tudo, e hoje me arrependo amargamente.

Amei louca e apaixonadamente um homem casado, mas não tive nada com ele, é verdade.

Apenas telefonava para a casa dele, para o emprego, só enchia a paciência dele, mas me

divertia, deixava o coitado de saco cheio, mas era bom para o meu ego brincar com ele.

Mãe, ele era lindo de morrer.

Depois as coisas mudaram, me apaixonei pelo meu psiquiatra, me entreguei a ele,

transávamos no consultório, mãe, uma loucura.

Eu transei também com o personal trainner, só não vou dizer o nome, afinal tive muitos.

Fui feliz, também ao lado daquele moço, filho da empregada que cuidava do meu pai,

enquanto ele estava doente. Coitado, ele doente e eu me divertindo com um homem.

Mas te confesso, mãe, que eu fazia essas loucuras para aliviar a dor que meu problema

me trazia, a dor da solidão, do vazio, da tristeza .

Não foi fácil conviver com este problema e agora, te peço perdão e compreensão.

Acho que mereço, afinal você nunca foi minha amiga mesmo.

Adeus, mãe, beijos!

Ah! Te amo, viu?

Kátia Susana Perujo.

Susy
Enviado por Susy em 28/05/2008
Código do texto: T1009396