WILLIAM STYRON E A ESCOLHA DE SOFIA
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Grandes Prosadores
Nenhum outro escritor de minha geração teve um sentido tão onipresente e apurado da melancolia. (Norman Miller, escritor americano)
Dentre os escritores americanos do século XX, não houve quem melhor expressasse a tristeza e a melancolia como William a expressou. Em 1990, já escritor consagrado, lançou Perto das Trevas, um livro sobre a depressão, a dependência de antidepressivos e tranqüilizantes que o levou a beira do suicídio. Aí está algo que temos em comum: herdamos a depressão de nossos pais; passamos pelo inferno e sobrevivemos para contar nossa história. Ele em um magnífico livro e eu num pequeno e grosseiro texto.
Bacharelado em artes, romancista e ensaísta, William Clark Styron, Jr., nasceu em 11 de junho de 1925 em Newport News, Virgínia. Seu pai era um engenheiro naval que sofria de depressão e sua mãe faleceu quando ele tinha apenas treze anos. Aos 26 anos, William publica seu primeiro livro, Deitado na Escuridão (1951). Com este romance lançou sua carreira e, com ele, ganhou o Prêmio da Academia Americana de Roma. Mas, William Styron ficou famoso por outros dois romances: As Confissões de Nat Turner (The Confessions of Nat Turner, 1967), e A Escolha de Sofia (Sophie's Choice, 1979).
Publicado no auge do movimento dos direitos civis, As Confissões de Nat Turner, narrada a partir do ponto de vista de Nat Turner, figura histórica e líder negro. Nat, em1831 (Virginia), levou a comunidade negra a uma desastrosa e sangrenta insurreição que definiu o palco para a Guerra Civil. A obra lhe deu o prêmio Pulitzer. Embora o enorme sucesso, o livro foi bastante criticado por supostamente distorcer a história dos negros nos EUA.
Então, veio A Escolha de Sofia, que se tornou um clássico contemporâneo. Adaptado para o cinema no início da década de oitenta, com Meryl Streep interpretando a personagem título, numa atuação antológica que lhe valeu o Oscar de Melhor Atriz.
A história acontece em 1947, é ambientada no Brooklyn e narrada por um jovem escritor sulista de nome Stingo que vai morar na casa de Yetta Zimmerman que alugava quartos (Brooklyn), em que se refugiou para se dedicar ao romance que escrevia. Na pensão conhece um problemático casal - vizinhos do andar de cima - que se tornam seus amigos. São eles o biólogo Nathan Landau, um carismático judeu, dono de um temperamento totalmente instável e sua esposa, Sophie Zawistowska (Streep), que é polonesa e sobreviveu aos horrores do campo de concentração Auschwitz.
Entre tantas e tantas obras que já se escreveram sobre o tema, Styron faz a diferença pelo realismo, pela isenção e por não cair no drama.
William Clark Styron morreu em Martha's Vineyard, Massachusetts, no primeiro dia de novembro de 2006, aos 81anos, vitimado por pneumonia. Tem seu lugar garantido na história da literatura universal. Seu pensamento permanecerá como um trabalho muito importante para os leitores interessados nos traumas de uma mente. ®Sérgio.
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