Azar Nafisi
Azar Nafisi é uma bela mulher,nascida em Circa, no Irã em 1955.Doutora em literatura inglesa e americana, leciona atualmente na Universidade Jonh Hopkins, em Washington, a capital dos Estados Unidos da América.Filha de família abastada e de influência política (seu pai foi prefeito em Teerã) foi muito jovem enviada para estudar na Inglaterra e nos Estados Unidos. Tinha apenas treze anos.Apaixonada pela literatura em língua inglesa, conseguiu seu doutorado nessas disciplinas pela Universidade de Oklahoma.Quando a ditadura do Xá Reza Pahlevi foi derrubada e criou-se a República Islâmica do Irã, voltou para casa encantada com a possibilidade de mudanças na vida de seu país. Corria o ano de 1979.Profunda decepção. O que esperava ser melhor, piorou. Os aiatolás instalaram no país um regime de terror religioso e a jovem, acostumada ao mundo ocidental, viveu anos de profunda angústia interna e medos reais. Foram 18 os anos em que passou em Teerâ, onde casada com Bijan Naderi, teve seus dois filhos, um casal: Negar, a menina e Dara, o garoto.Lecionou na Universidade de Teerâ de 1979 a 1981, mas acabou sendo forçada a pedir demissão. Pediu, antes que a expulsassem. Recusou-se terminantemente a usar o véu para dar aulas, embora acabasse usando-o na vida cotidiana, porque não teve outro jeito. Se não o usasse teria que ficar reclusa em casa. A sua moda, desafiou o regime e nem teve a sua cabeça cortada, nem foi amarrada dentro de um saco e apedrejada até a morte, como aconteceu com muitas mulheres em seu país. E ela além de mulher era intelectual.E além de intelectual, tivera sua formação cultural na América, a grande inimiga. Sem dúvida, Azar é uma mulher de sorte.Sobreviveu com dignidade e conseguiu sair do país, mais uma vez, com sua familia: o marido e os dois filhos.Além do mais, amparada por profundos conhecimentos da literatura em língua inglesa, por sua experiência como professora em Teerâ, e principalmente pela vivência em seu país durante o terrível período da história em que os aiatolás tomaram o poder e entre outras barbaridades se meteram em uma guerra contra o Iraque,escreveu um belíssimo livro: Lendo Lolita em Teerã, misto de autobiografia , análise literária e crônica do cotidiano. A base para a construção desse livro foram os dois anos em que Azar formou um pequeno grupo de mulheres, que se reuniam semanalmente em sua casa, para discutir a literatura inglesa e americana. E é óbvio, acabavam discutindo as próprias vidas e a vida no país.Atualmente recebe os dividentos da venda de seu livro no mundo todo, traduzido que foi para 36 línguas e colabora com vários periódicos de renome no país. Escreveu também um outro livro, um estudo crítico sobre as novelas de Vladimir Nabokov, o autor de Lolita, que ela leu em Teerã.