BIOGRAFIA RICARDO FONTOURA - VOU CASAR COM A MOÇA DO JORNAL

Parece coisa do destino. Um dia de sol qualquer, Ricardo tomava seu café com pão de queijo e resolveu folear o jornal O Estado de Minas, que estava sobre a mesa, dobrado. Passou os olhos nas notícias políticas, esportivas, as tragédias do dia, até que se deparou com o segundo caderno do diário.

Lá havia um mosaico de página inteira com várias fotos de moças, todas estudantes do ensino médio – na época 2º grau. O jornal estava realizando um concurso e iria escolher a melhor aluna do 3º ano, com base nas notas e no desempenho escolar. Ali estavam as finalistas, moças de várias escolas de Belo Horizonte, as mais estudiosas considerando os boletins.

Entre elas estava uma moça miúda, de olhar curioso, de uma beleza inocente. Entre todas, essa chamou a atenção de Ricardo. Não se sabe como nem por que. Olhou, olhou, virou-se para o irmão, Jalles, e apontou o dedo na foto da moça: “É com essa que vou casar!”.

O nome da moça: Myrian, a Myrinha. Algum tempo depois, a menina do jornal estava na sua frente. Mais uma mãozinha do destino: poderia ver a moça aleatoriamente, já que é irmã dos seus amigos Raul e Gustavo. Ricardo poderia frequentar a casa e tentar enviar alguns sinais discretos à garota. Não seria preciso uma engenharia social confusa para trocar palavras com ela. Bastaria ser simpático, interessante, encantador.

Ricardo não se mostrou afoito. Pelo contrário, houve certa barreira inicial. Estudava um jeito mais afetuoso de se mostrar para ela. De chamar sua atenção, sem parecer oferecido ou atrevido. Mas era preciso ficar claro que a atenção dele não estava focada apenas nos amigos Raul e Gustavo. Que olhava para ela de um jeito afável, com olhos carinhosos.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 12/05/2022
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