BIOGRAFIA RICARDO FONTOURA - UM LÍDER QUE NÃO GOSTAVA DE PERDER TEMPO

A forma como Ricardo teve que reaprender a lidar com o tempo moldou o seu jeito de viver. O seu jeito de trabalhar. Tudo passou a ter novo ritmo, novas prioridades. Ricardo sabia que o tempo é a moeda mais preciosa que tinha e detestava quando faziam perder o seu com coisas à toa.

Não era de gastar muito do seu tempo com longas e cansativas reuniões. Era mais prático. Preferia resolver com uma conversa rápida. Preferia pouca palavra e muita ação. Era bem direto no que queria passar. Tirava as dúvidas que tinha que tirar, mas não gostava de se alongar demais dentro do ambiente de trabalho.

Era um mestre em delegar tarefas, em fazer a máquina girar usando todas as engrenagens. Criou, treinou e aperfeiçoou o modelo de governança da Vera Cruz Agropecuária, o que era motivo de orgulho para ele. Sob o comando dele, a empresa fluía sem centralizações. Cada colaborador, desde o da ponta, sabe o que fazer e como. E a cadeia de líderes, bem ajustada, faz o organograma sair do papel e funcionar como um relógio suíço.

Quando um colaborador era chamado à sua sala, já sabia que devia ser direto, falar sem rodeios. A comunicação com Ricardo, em todos os aspectos, sempre teve a marca da clareza, da transparência. Sabia ser educado e gentil, mas dizia exatamente o que precisava ser dito, sem meias palavras.

Se estava insatisfeito com o desempenho profissional ou com a conduta de um colaborador, por exemplo, dizia isso a ele com riqueza de detalhes. Não fazia preâmbulos, não emoldurava as frases. A pessoa saía da sua sala sabendo exatamente o que Ricardo pensava sobre seu trabalho. Valia para elogio e valia para crítica. Se a ação fosse demitir o colaborador, não era algo que ele deixava de fazer. Explicava os motivos, ouvia a versão do colaborador e tomava a sua decisão. Não demorava mais do que cinco minutos para isso. Usava a lógica para apoiar suas decisões.

As conversas mais longas, mais informais ele deixa para o sábado pela manhã. Aí valia perguntar sobre a família, sobre o fim de semana, coisas mais pessoais e menos ligadas ao trabalho em si.

Mesmo com os gerentes, os líderes mais próximos, ele fazia questão de ser objetivo e exigia isso de volta. Conseguiu inspirar um comportamento que passou a ser regra dentro da empresa. Desperdiçar tempo produtivo em ações supérfluas passou a ser tão mal visto como desperdício de materiais de trabalho.

Mas era algo natural, muito longe de uma regra tirânica. Passou a ser mais uma cultura do que uma lei. Era algo que o colaborador da Vera Cruz passou a adotar em seu dia a dia, entendendo como parte de sua evolução pessoal e profissional.