BIOGRAFIA RICARDO FONTOURA - RICARDO SE DIVERTIA TRABALHANDO

Para a imensa maioria das pessoas trabalhar é uma tarefa enfadonha, inglória. Alguns só veem como ponto positivo o salário no fim do mês. Ricardo tinha uma visão completamente diferente quando o assunto era o trabalho.

Trabalhar nunca foi um fardo para Ricardo. Desde criança se encantava com o labor. Adorava ver o pai cuidando das atividades rurais. Queria ser como o pai quando crescesse.

O pai tinha uma ideologia: chegar ao trabalho antes do sol raiar. E trabalhava até o sol de por. Ricardo se sentiu atraído para esse estilo de vida. Tudo ligado ao trabalho fazia seus olhos brilharem.

A dignidade de comer o fruto do próprio suor, a oportunidade de exercer talentos, resolver problemas, produzir, gerar riqueza. Tudo isso que está ligado à atividade laboral encantava Ricardo. Ele não se contentava com o trabalho mais ou menos feito. Não que exigisse perfeição. Mas buscava qualidade e empenho. Era o que exigia de si e dos outros. O comprometimento com o melhor resultado possível, a entrega máxima.

Ricardo chegava cedo ao escritório. Devorava os relatórios. Tinha um talento raro para interpretar gráficos, planilhas, números financeiros. Lia nas entrelinhas. Ficava ali por um tempo como se estivesse em outra dimensão, dialogando com os relatórios. Com uma caneta na outra mão ia fazendo anotações e, depois de um tempo, já sabia que tipo de decisão tomar para fazer com que os números se transformassem em produtividade.

Sua função era basicamente a de um tradutor. Ele sabia traduzir os números. Fazer os cruzamentos certos entre passado e futuro. A equação exata entre o que as empresas produziam no momento e o que poderiam produzir, tendo como base o mercado presente e futuro. Para qualquer um seria uma coisa complexa e chata. Ele se divertia com tudo aquilo. Gostava de saber que estava interpretando cenários e criando novas possibilidades. E gostava mais ainda de saber que sua equipe tinha confiança na sua leitura.

Mas ele não era apenas homem de escritório, de ficar fechado entre quatro paredes lidando com o abstrato. Ele se divertia ainda mais visitando as fazendas, olhando de perto o gado, vistoriando as plantações. E, claro, o principal: olhar nos olhos dos colaboradores e conversar sobre o trabalho. Era momento de muito aprendizado, sobretudo.

Ao final do dia, mesmo cansado, mesmo com dores, ainda tinha sorriso no rosto, aquela alegria de quem está fazendo o que gosta, fazendo algo que considera como uma mistura de missão de vida com parque de diversões.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 09/05/2022
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