BIOGRAFIA RICARDO FONTOURA - REFERÊNCIA PARA OS FILHOS

Uma corrente que acabou não se quebrando. A admiração que passa de pai para filho dentro da família Lage. Otávio Lage idolatrava o pai, Jalles Machado. Os filhos de Otávio Lage idolatravam o pai. Ricardo em especial tinha na figura paterna sua bússola profissional, moral, afetiva, para todos os assuntos. Os filhos de Ricardo também fazem parte dessa corrente e têm o pai como principal referência.

Um símbolo de toda essa ligação é a fascinação pelo curso de engenharia civil. Não apenas cursar essa escola, mas se vangloriar dos aprendizados que a formação em engenharia dá. A capacidade do pensamento lógico, uma forma de ver o mundo, um jeito de resolver problemas por óticas cartesianas. Ser prático, em suma.

Isso é algo que foi sendo repassado ao longo das gerações. Jalles Machado puxou a fila. O único entre os irmãos que conseguiu se formar em um curso superior. E não foi qualquer um: se formou na Politécnica, o curso da USP, o mais gabaritado do Brasil.

Otávio Lage não queria exatamente cursar engenharia e aprender sobre construções e obras. O que ele queria era ser empresário no agronegócio. Era sua paixão. Mas o pai o convenceu a pelo menos conseguir o diploma antes. Que as habilidades de engenheiro lhes seriam úteis para as lides do campo, a tomada de decisões. Otávio se formou na mesma faculdade que o pai, na USP.

Gostou tanto do curso que seus três filhos homens, Jalles, Ricardo e Otavinho se formaram em engenharia. Os três em Belo Horizonte. O curso de engenharia civil passou a ser uma espécie de bastão que se passa de pai para filho, um legado, de fato e de direito.

Ricardo nunca escolheu para os filhos o que deviam fazer quando crescessem. Seria uma escolha deles e só deles. O que ele fez foi preparar bastante a base, para que pudessem ter a liberdade de escolher corretamente. E naturalmente apresentou argumentos entre as várias opções de futuro profissional. Mais informações para apoiar as escolhas.

Rodrigo, o primogênito, acabou se decidindo por engenharia civil, sendo o elo da quarta geração a cursar a mesma área de ensino superior. E foi logo na USP, berço de tudo.

Ricardo teve uma importância fundamental para que Rodrigo se sentisse confortável a se mudar para São Paulo e estudar engenharia. Querendo ficar mais próximo do pai por causa da esclerose múltipla, Rodrigo chegou a prestar vestibular em Goiânia, tanto na Católica como na UFG – passou em ambos – e era sua primeira opção ficar no estado. Estaria sempre por perto caso o pai precisasse dele.

Mas Ricardo fez questão de incentivar o filho, que morar em São Paulo seria uma experiência de vida interessante para ele. E cursar engenharia na Politécnica seria extraordinário para seu currículo, que lhe abriria muitas portas na vida profissional. Com sabedoria, deu a tranquilidade necessária para que o filho fosse, sem culpa, a São Paulo cuidar do seu futuro profissional.

Henrique tinha incialmente uma ideia: cursar algo ligado à administração. Por causa de sua vocação para os negócios. Mas gostava também da possibilidade de aprender engenharia. Só que a civil não a atraia. Construir prédios não fazia seus olhos brilhar. Ricardo ponderou que um meio termo poderia ser interessante. Chegaram à decisão de cursar engenharia de alimentos. A decisão foi toda de Henrique, mas Ricardo ajudou a fomentar argumentos para melhorar a decisão, torna-la mais sábia.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 07/05/2022
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