BIOGRAFIA RICARDO FONTOURA - PREOCUPADO COM O FUTURO DOS FILHOS DOS COLABORADORES

Ricardo criou, junto com Myrinha, seus quatro filhos usando muito da pedagogia que recebeu dos pais. Amoroso, exigente, mas dosado com muito diálogo. Nenhum dos filhos teve direito ao luxo. Todos aprenderam desde cedo o valor do trabalho e do esforço para conseguir as coisas.

E se tinha algo que Ricardo entendia que era inegociável era o valor dos estudos, de uma boa formação. Para isso não foram poupados sacrifícios. Se o dinheiro era para cursos ou qualquer coisa que fosse impactar no aprendizado dos filhos, ele assinava o cheque, sem questionar. Se fosse para luxo, a resposta normalmente era não, sem questionar.

O que Ricardo acreditava ser o melhor para seus filhos ele acreditava que seria o melhor para o filhos dos colaboradores, principalmente aqueles que ele mantinha mais contato. Sempre, ao conversar sobre família, fazia questão de aconselhar o colaborador a investir no estudo dos filhos, perguntava como eles estavam na escola, quais os planos para o futuro.

Se tinha algo que Ricardo ficava realmente orgulhoso era quando o filho de algum colaborador manifestava interesse em trabalhar na Vera Cruz, principalmente em áreas que exigiam mais qualificação profissional. Sentia muita felicidade e fazia de tudo para que o sonho fosse realizado.

Em muitas situações, ele ajudou a pagar cursos e faculdades de filhos de colaboradores. Tanto como seu próprio dinheiro como pela empresa. Era algo que ele não gostava de alardear. Por dois motivos: para não se exibir e para não criar uma situação que ele não conseguisse atender, já que não era obrigação sua nem da empresa em custear estudos. Era algo que ele fazia fora dos manuais, era algo de coração.

Além de incentivar, Ricardo também se sentia à vontade para dar bronca quando era preciso. Não se fazia de rogado, falava o que pensava. Mas isso só acontecia com os colaboradores que ele tinha liberdade, aqueles que podiam dizer a ele também o que pensavam.

Um certo dia Ricardo ia para o trabalho e ao passar por uma rua, à tarde, viu o filho de um colaborador próximo jogando futebol com os colegas. Era aquele famoso futebol de rua, todos descalços, campo improvisado, com todas as doses de perigo.

Imediatamente Ricardo pegou o celular e ligou para o colaborador. Com jeito, temendo ser inconveniente, disse que viu o garoto jogando bola na rua.

- Não seria melhor ele estar estudando, correndo atrás do futuro e deixar a bola para o final de semana? – questionou.

Ricardo era assim, fazia questão de dizer o que pensava. E defendia o envolvimento com a educação, com a formação, com o cumprimento das responsabilidades até a última instância. Para ele, a obrigação vinha antes da devoção. Isso tinha força de mandamento. Acreditava tanto que fazia questão de pregar sua crença às pessoas que gostava.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 05/05/2022
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