RICARDO FONTOURA - UM HOMEM QUE AMAVA VIVER
Pouco tempo após receber o diagnóstico da esclerose múltipla, Ricardo, deitado na cama, socava sem parar o travesseiro, gritando: “Por que eu? Por que eu?”.
Isso resume um pouco a dor que ele sentiu, sabendo que seu futuro seria abreviado. Era um homem apaixonado pela vida, que aproveitava cada minuto intensamente. Era cheio de sonhos, cheio de disposição.
Aparecida das Dores Alves, a Cida (que ele chamava carinhosamente de Cideira), trabalhou por 20 anos como secretária do lar para Ricardo e Myrinha. Uma pessoa que conhecia Ricardo dentro de casa, fora do ambiente de trabalho. “Ele gostava muito de viver. Ele fazia todo o esforço para superar a dificuldade, para passar por isso sem reclamar, sem murmurar. O Ricardo era uma pessoa valente, cheia de vida, cheia de projetos, cheia de sonhos. A doença não era um obstáculo para ele”, define.
O ex-deputado federal Vilmar Rocha, amigo de Ricardo há quase 30 anos, conta que sempre que estava em Goianésia, fazia questão de pousar em sua casa. “Ali, na companhia dele e de sua esposa Myrinha, tomávamos um drink, víamos televisão. O Ricardo sempre muito antenado, gostava de conversar sobre assuntos nacionais, internacionais, de tudo ele entendia um pouco”, disse.
Ricardo tinha uma grande paixão: viajar com a família. Não gostava de repetir um local. Queria sempre conhecer novos horizontes, novas culturas. Tinha até uma lista de países que queria conhecer. Foi em muitos. Em cada um aprendia novas coisas, que fazia questão de colocar em prática tanto na vida pessoal como na empresa.
Outra atividade que dava prazer a Ricardo era reunir a família, os amigos para um almoço, um jantar, um churrasco em sua casa. Amava estar rodeado de pessoas. Era seu jeito de declarar amor ao mundo: sendo gentil e carinhoso com as pessoas.