MYRINHA, O PORTO SEGURO DE RICARDO FONTOURA
Ricardo Fontoura foi um homem de sorte: nasceu e cresceu numa família estruturada e de bons valores, criou seus quatro filhos dentro da mesma linha em que foi criado, teve imenso sucesso como empreendedor e fez centenas de amigos.
Como se não bastasse tudo isso, viveu uma história de amor digna de ser contada nas telas do cinema. Amor de verdade, de alma-gêmea.
Todos em volta dele dizem que todo o sucesso que Ricardo conquistou teve a marca da esposa, Miryan Penna de Siqueira, a Mirynha. Mais que isso: graças a ela, conseguiu vencer por quase três décadas a esclerose múltipla. Ela foi o porto-seguro. Transformou-se numa pesquisadora autodidata da doença e anjo da guarda do marido.
“Conhecemo-nos em Belo Horizonte. Eu tinha 15 anos de idade. Parece que dava tudo certo, a conversa rendia logo. Eu era muito tímida, muito travada com as coisas, mas com ele dava tudo certo. Eu me abria, não tinha inibição, parece alma-gêmea mesmo, a gente tinha que se encontrar”, conta Mirinha.
Tinham mesmo que se encontrar. O homem que ela considerava o mais forte do mundo, um dia se vê às voltas com um terrível diagnóstico: esclerose múltipla, aos 40 anos, com quatro filhos para criar e milhões de sonhos para serem realizados.
“A gente resolveu assim: vamos enfrentar tudo isso de frente, sem drama, sem mentiras, com coragem, vamos lá, vou junto com você”, ela disse. E assim foi, por quase três décadas.
Mirynha passou a ler tudo sobre a doença. Pesquisou intensamente. Correu o mundo atrás de tratamentos. Alguns deram muito certo, outros nem tanto. Mas não desistiu e, considerando a quantidade e a qualidade de vida que Ricardo teve, foi um sucesso tremendo.
“Eu não consigo pensar nele como uma lembrança. Ele é uma pessoa que me influenciou, que me mudou, que me enriqueceu. Eu sinto como se ele fizesse parte de mim, é como se ele tivesse aqui também. Eu tenho certeza que eu sou muito ele”, define ela.
A filha Tereza resume bem como o pai se sentia em relação à mãe: “Ele acreditava muito na minha mãe, quando estava com ela, se sentia seguro”.