COMEÇOU COM O DINHEIRO DE UM FUSCA E HOJE É DONA DA MAIOR GRÁFICA DE GOIANÉSIA
A Color Gráfica é uma empresa com 18 anos de mercado em Goianésia, que gera cinco empregos diretos e é referência na região quando o assunto é a qualidade dos serviços.
Com equipamentos de última geração, imprime na cidade todo tipo de serviço gráfico que uma empresa precisa, sem a necessidade de terceirizar serviços em Goiânia.
A gráfica cresceu tanto que o atual endereço – Av. Goiás, na divisa entre o Centro e o Bairro Carrilho -, já não é suficiente para novos maquinários. “Compramos um terreno no Residencial Parque das Palmeiras e iremos construir este ano a nossa sede própria, mais moderna e com amplo parque gráfico, que caberá novas máquinas”, adiante Ivanete.
O INÍCIO NÃO FOI FÁCIL
Quem vê hoje a Color Gráfica sendo referência no seu ramo na cidade não imagina que a caminhada foi cheia de obstáculos para a empresária Ivanete.
Com 16 anos de idade, ela resolveu, numa belo dia, levantar cedo e arrumar um serviço. Percorreu quase toda a Avenida Goiás, batendo de porta em porta no comércio, procurando trabalho.
Quando estava indo embora, com uma coleção de “nãos”, uma senhora a aborda, perguntando se ela não sabia de alguém para trabalhar numa gráfica. Na época, era a Gráfica Goianésia. Foi o início de sua carreira profissional. Trabalhou ali por mais de uma década. Como era muito curiosa, aprendeu diversos ofícios no ramo.
CORAGEM PARA EMPREENDER
Após tantos anos como funcionária, surgiu a oportunidade de trilhar seu próprio caminho, ser dona da sua própria história. Pediu aumento ao patrão, que não concedeu. O que seria uma decepção, acabou se transformando numa grande oportunidade. Ivanete resolveu sair da Gráfica Goianésia e, em sociedade com Paulo Henrique, de Barro Alto, montou a Color Gráfica.
Sem dinheiro no bolso e sem crédito no banco, teve que vender o Fusca que andava para iniciar o negócio. Com a cara, a coragem e o dinheiro do Fusca, comprou os primeiros equipamentos, alugou um ponto e foi à luta.
"Com o dinheiro aqui da gráfica consegui formar meus filhos e reformar minha casa"
PÉ NO CHÃO E CABEÇA NAS NUVENS
O negócio começou pequeno, praticamente como uma serigrafia. Tudo era feito à mão. A empresária foi investindo, com cautela. Comprou uma máquina, no cheque. Depois mais outra e o negócio foi ganhando corpo e novos clientes.
Algum tempo depois, já com outro sócio, Ivanete fez um financiamento na Caixa Econômica Federal e comprou a parte do sócio. Agora tinha o desafio de liderar sozinha a empresa.
Desde então, a Color Gráfica deslanchou. Comprou máquinas de última geração, passando a produzir em Goianésia materiais que até então era terceirizado em gráficas maiores de Goiânia. Com investimento certo, dedicação de muitas horas de trabalho e percepção do mercado, Ivanete foi se posicionando, se impondo e conquistando cada vez mais clientes e a confiança do empresariado da cidade.
EMPRESÁRIA REALIZADA, MAS QUE QUER MUITO MAIS
A consolidação e a expansão de seu negócio não faz Ivanete se acomodar. Ela acaba de se formar em Direito pela Faculdade Evangélica de Goianésia e agora vai atrás da carteira da OAB, para virar advogada.
“Tinha parado de estudar havia mais de 20 anos. Resolvi enfrentar uma faculdade. Estudei muito e consegui colar grau. O desafio não acabou. Agora estou estudando para passar no exame da OAB e iniciar uma nova carreira, que irei conciliar com a de empreendedora”, avida Ivanete.
NOVOS PROJETOS COMO EMPREENDEDORA
Ivanete é o tipo de mulher que prefere olhar para frente do que para trás. Sua próxima etapa já está traçada: construir a sede própria da gráfica – com quitinetes para alugar, no piso de cima -, começar a advogar e iniciar novos empreendimentos, que ela, no momento, prefere manter em segredo.
Para quem veio de uma família muito humilde, sem posses e que, conquistou tudo na raça, no suor, é apenas um passo a mais nesta caminhada longa. Caminhada que ela tem feito, sempre calçando as sandálias da humildade, mas pisando firme, com fé, sem parar para descanso, sabendo que ainda não chegou aonde sonhou chegar.
FAMÍLIA: Casada com o mecânico José Carlos Silva, com quem tem dois filhos: Amanda, 27 anos, farmacêutica e Carlos Alexandre, 25, acadêmico de agronomia.
LAZER: “Gosto de ir para o sítio descansar ou ir para a casa dos meus pais. Fico na rede descansando ou lendo um livro”.
LIVRO DE CABECEIRA: A Bíblia.
MÚSICA: “Ouço de tudo, de Roberto Carlos a funk e sertanejo”.
REDES SOCIAIS: “Tenho Facebook e Instragram, mas uso pouco e quando uso é para divulgar meu trabalho”.
PESSOA QUE ADMIRA: “Tiro o chapéu para o Luiz, da Alquimia Cosméticos. Abriu um negócio pequeno e hoje é uma marca que está em todo o Brasil”.
* Reportagem publicada originalmente em janeiro de 2019 no Portal Goiás Total.
Anderson Alcântara