BIOGRAFIA DE OLAVO BILAC
Olavo Bilac
Poeta brasileiro
Por Dilva Frazão
Última atualização: 26/10/2020
Biografia de Olavo Bilac
Olavo Bilac (1865-1918) foi um poeta, contista e jornalista brasileiro. É o autor da letra do Hino à Bandeira. Foi um dos principais representantes do Movimento Parnasiano que valorizou o cuidado formal do poema, em busca de palavras raras, rimas ricas e rigidez das regras da composição poética. É membro fundador da Academia Brasileira de Letras.
Infância e Juventude
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu no Rio de Janeiro, no dia 16 de dezembro de 1865. Filho do cirurgião do exército, Brás Martins dos Guimarães e de Delfina Belmira Gomes de Paula, só conheceu o pai em 1870, quando este voltou da Guerra do Paraguai.
Em 1880, Bilac entrou para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e depois para a Faculdade de Direito em São Paulo, mas não completou nenhum dos dois cursos.
Olavo Bilac dedicou-se à poesia e ao jornalismo, publicou suas primeiras poesias, em 1883, na Gazeta Acadêmica. Nesse mesmo ano, conheceu Alberto de Oliveira e sua irmã Amélia de Oliveira, por quem se apaixonou, mas foi impedido de casar, pois a família não aceitava a vida boêmia do poeta.
Colaborou com vários jornais e revista como a Gazeta de Notícias, A Semana e o Diário de Notícias, tornando-se amigo de Machado de Assis, Alberto de Oliveira, Coelho Neto, Raul Pompeia, Raimundo Correia e Aluízio Azevedo.
Primeiras Poesias
Em 1888, Olavo Bilac publicou seu primeiro livro, Poesias. Nele, o poeta já demonstrava estar plenamente identificado com as propostas do Parnasianismo, como na famosa Profissão de Fé, que enaltece a perfeição formal, explicitando o ideal estético da poesia:
Profissão de Fé
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
Olavo Bilac teve participação intensa na política e em campanhas cívicas de alcance nacional. Republicano e nacionalista, em 1889, escreveu a letra do “Hino à Bandeira”.
Jornalista de oposição política, foi perseguido pelo governo de Floriano Peixoto durante a revolta da Armada, em 1893, sendo obrigado a se esconder por algum tempo em Minas Gerais. Foi preso na Fortaleza da Lage, no Rio de Janeiro.
Em 1897, Olavo Bilac participou da fundação da Academia Brasileira de Letras, ocupou a cadeira de n.º 15. Em 1907, no auge da popularidade, foi eleito o primeiro “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, em um concurso promovido pela revista Fon-Fon.
Bilac exerceu vários cargos públicos, foi oficial da Secretaria do Interior, no Rio de Janeiro, inspetor escolar e secretário de duas Conferências Pan-Americanas, uma no Rio de Janeiro e outra em Buenos Aires. Viajou pelo Brasil, fazendo campanhas cívicas em prol da alfabetização e do serviço militar obrigatório.
Olavo Bilac faleceu no Rio de Janeiro, no dia 28 de dezembro de 1918, vítima de edema pulmonar e insuficiência cardíaca.
Características da obra de Olavo Bilac
A poesia de Olavo Bilac apresenta várias temáticas:
Olavo Bilac
Poeta brasileiro
Por Dilva Frazão
Última atualização: 26/10/2020
Biografia de Olavo Bilac
Olavo Bilac (1865-1918) foi um poeta, contista e jornalista brasileiro. É o autor da letra do Hino à Bandeira. Foi um dos principais representantes do Movimento Parnasiano que valorizou o cuidado formal do poema, em busca de palavras raras, rimas ricas e rigidez das regras da composição poética. É membro fundador da Academia Brasileira de Letras.
Infância e Juventude
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu no Rio de Janeiro, no dia 16 de dezembro de 1865. Filho do cirurgião do exército, Brás Martins dos Guimarães e de Delfina Belmira Gomes de Paula, só conheceu o pai em 1870, quando este voltou da Guerra do Paraguai.
Em 1880, Bilac entrou para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e depois para a Faculdade de Direito em São Paulo, mas não completou nenhum dos dois cursos.
Olavo Bilac dedicou-se à poesia e ao jornalismo, publicou suas primeiras poesias, em 1883, na Gazeta Acadêmica. Nesse mesmo ano, conheceu Alberto de Oliveira e sua irmã Amélia de Oliveira, por quem se apaixonou, mas foi impedido de casar, pois a família não aceitava a vida boêmia do poeta.
Colaborou com vários jornais e revista como a Gazeta de Notícias, A Semana e o Diário de Notícias, tornando-se amigo de Machado de Assis, Alberto de Oliveira, Coelho Neto, Raul Pompeia, Raimundo Correia e Aluízio Azevedo.
Primeiras Poesias
Em 1888, Olavo Bilac publicou seu primeiro livro, Poesias. Nele, o poeta já demonstrava estar plenamente identificado com as propostas do Parnasianismo, como na famosa Profissão de Fé, que enaltece a perfeição formal, explicitando o ideal estético da poesia:
Profissão de Fé
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
Olavo Bilac teve participação intensa na política e em campanhas cívicas de alcance nacional. Republicano e nacionalista, em 1889, escreveu a letra do “Hino à Bandeira”.
Jornalista de oposição política, foi perseguido pelo governo de Floriano Peixoto durante a revolta da Armada, em 1893, sendo obrigado a se esconder por algum tempo em Minas Gerais. Foi preso na Fortaleza da Lage, no Rio de Janeiro.
Em 1897, Olavo Bilac participou da fundação da Academia Brasileira de Letras, ocupou a cadeira de n.º 15. Em 1907, no auge da popularidade, foi eleito o primeiro “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, em um concurso promovido pela revista Fon-Fon.
Bilac exerceu vários cargos públicos, foi oficial da Secretaria do Interior, no Rio de Janeiro, inspetor escolar e secretário de duas Conferências Pan-Americanas, uma no Rio de Janeiro e outra em Buenos Aires. Viajou pelo Brasil, fazendo campanhas cívicas em prol da alfabetização e do serviço militar obrigatório.
Olavo Bilac faleceu no Rio de Janeiro, no dia 28 de dezembro de 1918, vítima de edema pulmonar e insuficiência cardíaca.
Características da obra de Olavo Bilac
A poesia de Olavo Bilac apresenta várias temáticas:
Na linha tipicamente parnasiana, escreveu sobre cenas da mitologia greco-romana, abordada em Delenda Cartago, Lendo a Ilíada, O Sonho de Marco Antônio e A Sesta de Nero, em que se destaca o preciosismo da linguagem:
A Sesta de Nero
Fulge de luz banhado, esplêndido e suntuoso,
O palácio imperial de pórfiro luzente
E mármor da Lacônia. O teto caprichoso
Mostra, em prata incrustado, o nácar do Oriente.
Nero no toro ebúrneo estende-se indolente...
Gemas em profusão do estrágulo custoso
De ouro bordado vêm-se. O olhar deslumbra, ardente,
Da púrpura da Trácia o brilho esplendoroso.
Fulge de luz banhado, esplêndido e suntuoso,
O palácio imperial de pórfiro luzente
E mármor da Lacônia. O teto caprichoso
Mostra, em prata incrustado, o nácar do Oriente.
Nero no toro ebúrneo estende-se indolente...
Gemas em profusão do estrágulo custoso
De ouro bordado vêm-se. O olhar deslumbra, ardente,
Da púrpura da Trácia o brilho esplendoroso.
O patriotismo: Bilac tratou fatos da história brasileira. Alguns versos traduzem o ideário renovador da República, outros exaltam a bandeira ou glorificam os bandeirantes, como em Caçador de Esmeraldas.
Caçador de Esmeraldas
Fernão Dias Pais Leme agoniza. Um lamento
Chora longo, a rolar na longa voz do vento.
Mugem soturnamente as águas. O céu arde.
Trasmonta fulvo o sol. E a natureza assiste,
Na mesma solidão e na mesma hora triste,
À agonia do herói e à agonia da tarde.
Fernão Dias Pais Leme agoniza. Um lamento
Chora longo, a rolar na longa voz do vento.
Mugem soturnamente as águas. O céu arde.
Trasmonta fulvo o sol. E a natureza assiste,
Na mesma solidão e na mesma hora triste,
À agonia do herói e à agonia da tarde.
O Amor: Bilac retrata o amor sob todos os prismas: material, espiritual, platônico e sensual:
Satânia
Nua, de pé, solto o cabelo às costas,
Sorri. Na alcova perfumada e quente
Pela Janela, como um rio enorme
Profusamente a luz do meio-dia
Entra e se espalha palpitante e viva. (...)
Nua, de pé, solto o cabelo às costas,
Sorri. Na alcova perfumada e quente
Pela Janela, como um rio enorme
Profusamente a luz do meio-dia
Entra e se espalha palpitante e viva. (...)
O Lirismo: no seu último livro Tarde, Bilac mistura motivos líricos e filosóficos, no qual é constante a preocupação com a morte e o sentido da vida
Tarde
Talvez haja na morte o eterno olvido,
talvez seja ilusão na vida tudo...
ou geme um deus em cada ser ferido...
Não afirmo, não nego. É vão o estudo.
Quero clamar de horror porque duvido,
Mas, porque espero, - espero e fico mudo.
Obras de Olavo Bilac
Talvez haja na morte o eterno olvido,
talvez seja ilusão na vida tudo...
ou geme um deus em cada ser ferido...
Não afirmo, não nego. É vão o estudo.
Quero clamar de horror porque duvido,
Mas, porque espero, - espero e fico mudo.
Obras de Olavo Bilac
Poesias, 1888
Via Láctea, 1888
Sarças de Fogo, 1888
Crônicas e Novelas, 1894
O Caçador de Esmeraldas, poesia, 1902
As Viagens, poesia, 1902
Alma Inquieta, poesia, 1902
Poesias Infantis, 1904
Crítica e Fantasia, 1904
Tratado de Versificação, 1905
Conferências Literárias, 1906
Ironia e Piedade, crônicas, 1916
A Defesa Nacional (1917)
Tarde, poesia, 1919 (publicação póstuma)
Literatura Brasileira
Biografia de Olaavo Bilac
Por Rodolfo Antonio Gaspar -Prof Roangas-
Via Láctea, 1888
Sarças de Fogo, 1888
Crônicas e Novelas, 1894
O Caçador de Esmeraldas, poesia, 1902
As Viagens, poesia, 1902
Alma Inquieta, poesia, 1902
Poesias Infantis, 1904
Crítica e Fantasia, 1904
Tratado de Versificação, 1905
Conferências Literárias, 1906
Ironia e Piedade, crônicas, 1916
A Defesa Nacional (1917)
Tarde, poesia, 1919 (publicação póstuma)
Literatura Brasileira
Biografia de Olaavo Bilac
Por Rodolfo Antonio Gaspar -Prof Roangas-