Sete meses em plena selva amazônica

Sete meses depois de volta ao sudeste...

Depois de sete meses em Urucu, voltei a Manaus e assim como ainda não tinha substituto e sem folgas prometidas pela empresa, solicitei a minha dispensa da região e voltei para o sul e soube que depois de sai da empresa, mandaram um outro colega meu que eu tinha contratado como inspetor para que ficasse com a responsabilidade de chefia... e posteriormente depois de 6 meses colocaram um gerente como meu substituto...

Soube também que das 10 mulheres que atuavam comigo na base onde tínhamos 1600 homens por lá a trabalho dessa empresa, 9 delas voltaram grávidas e liberadas para terem seus filhos em Manaus ou Tefé de onde era a minha secretária, que no começo diziam ...

- Oh... Japa... você tem mau gosto... não casava com essa sua secretária nem pagando!!!

Um mês depois ela já era a Xuxa do pedaço.... e depois de três meses ... era a mais linda do pedaço... imagine as outras...

A única que não voltou grávida é porque ela trabalhava também comigo mas o marido dela estava lá com a gente... mas quando sentávamos ali na mesas eu, ela e o marido dela... a danada ficava me atiçando com as suas pernas por baixo da mesa... e quando se separaram depois que voltaram para o Rio de Janeiro ainda tive alguns contatos com ela, mas com o tempo foi rareando e nunca mais soube dela... sei que o marido dela faz festas para crianças depois que largou a profissão de Planejador de obras...

Falando na Mônica, ela continuou atuando na base e quando chegava a base tinha o meu canto com computador e tudo mais e todo o carinho dela para me atender o tempo todo, e claro nos fins de semana tinha a sua companhia, mas sempre a respeitando, pois acreditava que ela ainda amava demais seu ex marido pais de seus filhos...

Soube depois que o meu colega engenheiro de obra, teve um caso com ela logo depois que abandonei a empresa e vim embora para o sul, naturalmente não duvido que ela realmente tenha aceito a corte do mesmo, pois eu tive até a sua companhia de ir me levar no aeroporto quando me despedi dela e ainda triste com um beijo de despedida, achei que foi a última vez que a veria ali em Manaus... e realmente estive 4 anos depois na região, mas não tive a sorte de encontrá-la... e regressei de Manaus para nunca mais voltar... e fez 20 anos que tudo isso aconteceu ali naquele aeroporto Eduardo Gomes, que na primeira vez que lá cheguei não tinha ninguém para me receber, mas para ir embora de vez... minha amiga Mônica fez questão de me acompanhar para uma despedida de cinema, acredito que todos assistiram Casablanca, com Humphrey Bogart e Ingrid Bergmann, linda cena no aeroporto na despedida com um beijo imemorável... com certeza cena de filme mesmo... só que era eu e a Mônica... até me lembro da música de Renato Russo... Eduardo e Mônica em Brasília...

Aliás esse engenheiro que se envolveu com ela atualmente mora em Brasília, mas também não se chama Eduardo, mas Lourival... e Mônica.... bela música... e bela história de amor...

Não lamento de nada, pois conheci a família do meu amigo aqui da empresa Philips que reside por lá... mas foi uma pena pois quando ali cheguei já não encontrei o meu amigo Ivo Coronim que depois que veio a Manaus até me convidou para vir atuar como gerente de uma fábrica de armações de óculos, mas preferi não me arriscar, mas agora que chego por outra empresa em Manaus e através da lista telefônica procurei pelo sobrenome, e encontrei o seu filho que hoje é advogado, e assim localizei todos seus filhos e esposa dona Irene, e soube que há 12 anos ele tinha falecido com exatamente 45 anos com um infarto fulminante... e isso foi em 1996, ou seja há exatamente 20 anos atrás ou seja há 32 anos o meu amigo partiu dessa para melhor com apenas 45 anos... como começou a trabalhar com 14 anos com carteira assinada já tinha direito de aproveitar a aposentadoria, e nem pode aproveitar tal direito...

Manaus, me deu a chance de rever a todos e matar as saudades dos velhos tempos, mas também tive a chance de conhecer uma grande amiga até a data de hoje Ana Cristina Rodrigues, a doce morena e secretária da diretoria da Techint, e que seus pais eram separados e ela acabou sendo criada com a avó e assim era uma mulher linda, carente de amor, pois me senti quase como um irmão mais velho, pois sempre foi minha doce amiga e confidente e só tivemos muitas alegrias de aprender demais com ela como o povo de Manaus são verdadeiramente amigos sinceros e são 20 anos de amizade e acredito que se Deus quiser estaremos por aqui por um bom tempo trocando confidências mil...

Ao chegar a região durante dos dez dias na base, e nas voltas de tempos em tempos para reunião de administração e ou reuniões na base com o cliente e também com a qualificação de profissionais na base da empresa em Guarulhos, para ser mais exato em Arujá, pude ter alguns dias de visita a família, mas quando a minha esposa e a filha estiveram por Manaus, naquela semana tive folga para estar com elas em Manaus, e de lá elas foram passar as férias em Salvador, enquanto peguei o avião e fui para a obra em Urucu...

Aprendi demais num local tão inóspito e tão diferente, mas demais em novos projetos como esse de viver dentro da floresta amazônica, com cobras, onças e gente maravilhosa, que inventaram um modo de levar aguardente a obra através de vasilhames de perfume, e que os fiscais fiscalizavam tudo que o pessoal levava, para certificar se não estavam levando bebida alcoólica, que era terminantemente proibido para os funcionários...

Inventaram o tal de “molinho” que era o álcool etílico, de farmácia e misturavam em qualquer bebida e assim depois de apreciar a tal mistura deixava os viciados por álcool totalmente molinho... assim andavam pela rua e descobriram que estavam embriagados com álcool de farmácia...

Tive a chance de buscar profissionais para soldagem fora do Brasil, pois ninguém queria assumir de ir para a floresta, se qualificaram ali em Aruja, e ficavam a espera de ida para a região, e continuam recebendo salários, mas na hora de ir para a região dos 10 qualificados apenas 1 deles assumia de ir para a região, assim contratamos colombianos que se casaram com as índias da região para que pudessem exercer a função na região amazônica... a preços bem inferiores aos nossos soldadores brasileiros...

Hoje acredito que tivemos muita sorte de conseguir terminar a obra com muitas dificuldades de mão de obra, mas suportei por 7 meses nessa loucura sem poder ter um substituto e assim que pude retornar a São Paulo não mais investir no incerto distante da família e com riscos de perder a vida, nesses voos malucos que não são devidamente controlados, e se o avião cair não será encontrado como o Rei do Gado, novela da Globo que o herói passa meses e meses na floresta e ainda no final é resgatado...

Sei que cabe a mim discernir que essa vida vale a pena e hoje estou vivo aqui pelo sul, e agradeço aos que colaboram comigo e os amigos que por lá conquistei e aprendi admirá-los como pessoas maravilhosas que continuam meus amigos e espero um dia se Deus quiser voltar a região para matar as saudades e pela internet estive olhando as fotos da base de Urucu, no Pólo Arara, mas ainda não mudou quase nada dos bons tempos que vivi na região...

Acredito que em breve se acontecer enquanto estiver vivo com certeza vou visitar vários amigos que lá fiz e continuam por lá, pois o manauara gosta de tradições como o Boi Bumbá, que é tradicional que todos os anos em Parintins todos peguem a embarcação e desça rio abaixo para a festa do Garantido e do Caprichoso, coisas maravilhosas da região que o povo mantém e eu amei demais, pena que nem pude torcer por Caprichoso ou Garantido, mas mulheres maravilhosas e lindas existem demais por lá!!!

Adeus Mônica que um dia me levou ao Aeroporto Eduardo Gomes, um dia retorno para te rever!!! E com certeza te encontrar e ver essa morena linda já com seus filhos adultos e tu já na melhor idade, como eu??? E quem sabe poder te dar um beijo merecido e dizer o quanto senti a tua falta depois daquela partida em que te deixei naquele aeroporto chorando nessa despedida!!!